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10 Intervenções Urbanas Simples E Surpreendentes
21/06/2019 Não informado

10 intervenções urbanas simples e surpreendentes

Saiba como artistas de várias partes do mundo fazem para chamar a atenção de quem passa pelas ruas distraído

MARINA SALLES
 
 
Prestar atenção no mundo ao redor tem sido uma tarefa cada vez mais difícil na correria do dia a dia das grandes cidades. Artistas dedicados a montar instalações nas ruas, conhecidas como intervenções urbanas, mostram que é possível conquistar o olhar mesmo dos espectadores mais desatentos. Conheça 10 exemplos de intervenções urbanas simples e surpreendentes:
Fra.Biancoshock aposta em ideias simples para chamar a atenção das pessoas para situações que passariam despercebidas (Foto: Fra.Biancoshock)
Fo(rest) in peace, esse é o título da obra acima, de Fra.Biancoshock. Italiano residente em Milão, ele levou anos até se reconhecer como artista. Para Biancoshock, era difícil definir a natureza do seu trabalho. Com o objetivo de explicar o que faz, ele cunhou o termo "efemeralismo". As obras do italiano duram pouco tempo na paisagem das cidades, mas sempre são eternizadas por uma foto ou vídeo, que ele faz questão de produzir. Usando elementos simples, Biancoshock gosta de criar intervenções com apelo social e político
 
 
Artista italiano provoca com arte efêmera e criativa (Foto: Fra.Biancoshock)
Com mais de 550 trabalhos que aparecem e desaparecem em diferentes cidades da Europa e da Ásia, Biancoshock choca e faz pensar. Em 2013, ele compôs em Praga, na República Tcheca, a obra acima, intitulada In-globalized. Nela, um morador de rua é aparentemente esmagado por um prédio. Ironia e provocação são as principais armas de que o artista se utiliza para surpreender. 
Em sua cidade Natal, Fra.Biancoshock não para de criar. Esta foi uma das últimas intervenções dele em Madrid este ano (Foto: Fra.Biancoshock)
Mas, às vezes, Biancoshock não quer nada além do que roubar alguns olhares curiosos (vide a imagem acima). No Chile, jovens arquitetos espanhóis também mostraram ser possível chamar a atenção de quem vive na correria de uma grande cidade. Nuria Espina e Xavi Pujol (do escritório Dinamo), em parceria com Gema Marc e Carlos Pesquera (do Stampaa), criaram uma intervenção urbana que ganhou a edição do prêmio 'Hecho en Casa' em 2015. A iniciativa, do conselho regional metropolitano, existe há três anos e quer estimular santiaguinos e turistas a encarar o dia a dia na capital de um jeito divertido. ¿Y si te detienes a mirar? (E se você parar para olhar?) foi o nome que ganhou a obra, da foto abaixo, instalada em frente a um centro cultural da cidade.
Arquitetos chilenos criam intervenção urbana que propõe a quem passa pelas ruas se dar conta do seu próprio ritmo de vida acelerado (Foto: Hecho en Casa )
De acordo com os artistas, a ideia foi criar um espelho do que se vê diariamente nas ruas e obrigar as pessoas a refletir sobre sua rotina de um novo ângulo. Para isso, eles colocaram no alto de um prédio 20 silhuetas feitas de arame e recobertas por um tecido translúcido. Dentro de cada uma delas, havia um foco de luz. "Para ver a obra, as pessoas eram estimuladas a parar e olhar para cima e, assim, já mudavam seu ponto de vista", diz Pesquera. Histórias de anônimos escritas em um telão adjacente reforçavam a ideia de que qualquer transeunte poderia se reconhecer ali. Como um ponto na multidão. Como mais uma pessoa que caminha freneticamente rumo ao trabalho ou à escola.  As instalações efêmeras aparecem também pelas ruas do Brasil. Marcelo Terça-Nada e Brígida Campbell formam o Poro, grupo que existe desde 2002 e se dedica a incluir sutilezas no dia a dia de cidadãos comuns. A adesivagem é uma das frentes do trabalho da dupla.
'Enxurrada de letras' é um dos trabalhos da equipe de brasileiros (Foto: Poro )
Depois de fazer as primeiras colagens pelo espaço público, eles disponibilizam em seu site a matriz de alguns dos adesivos. "Assim, as pessoas podem baixar o arquivo e experimentar realizar as nossas propostas. E temos a certeza de que isso também as estimula a criar suas próprias intervenções", afirma Marcelo. Enxurrada de letras, intervenção da foto acima, foi uma das primeiras experiências dos artistas urbanos. Em 2004, eles criaram caminhos com consoantes e vogais que escoavam por canos das ruas do bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro.  Sobre o papel das intervenções urbanas, Marcelo diz que a ideia é chamar a atenção de quem passa, mas também trazer discussões importantes para o dia a dia das cidades. "Vemos a intervenção urbana como uma possibilidade de abrir pequenos espaços de respiro nas cidades. E esse é um campo privilegiado de atuação, porque podemos fazer trabalhos de arte discutindo questões urbanas de forma poética e política", como no caso dos interruptores de luz colados em postes de energia elétrica.
Em seu site, os criadores do Poro disponibilizam adesivos de interruptores para quem quiser se engajar com a iniciativa e colá-los em postes de luz (Foto: Poro)
Em um livro sobre o trabalho com o Poro, eles explicam a ideia da intervenção. De acordo com a dupla, o objetivo foi criar um diálogo entre o público e o privado. "Ora, por que as luzes são tão altas se as pessoas estão lá embaixo? E por que as lâmpadas estão viradas para a rua se os pedestres estão na calçada e se os carros têm faróis?", perguntam-se – com o desejo de poder controlar não só o acende e apaga das lâmpadas, mas o seu posicionamento e, quem sabe, a intensidade da luz.  O grupo espanhol Boa Mistura também tem suas inquietações. Javier Guerra, Juan Fernández, Pablo Mederos, Pablo Carrillo e Rubén de Lucas se conhecem desde os 15 anos, idade com que começaram a colorir seu bairro, em Madri. Hoje, entendem o trabalho da equipe como uma ferramenta para transformar as ruas e criar vínculos entre as pessoas.
Grupo de artistas urbanos da Espanha cria intervenção na favela da Brasilândia, em São Paulo (Foto: Boa Mistura)
Em 2012, eles estiveram no Brasil e passaram um mês vivendo na casa de uma família no bairro da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Durante esse período, criaram o projeto Luz nas vielas. Em conjunto com os moradores locais, pintaram as paredes de cinco becos com palavras representativas para a comunidade. As letras, escritas em perspectiva, formam palavras quando olhadas de um ângulo específico. Além de 'firmeza', nasceram ruas coloridas com 'beleza', 'doçura', 'orgulho' e 'amor'. Para eles, as intervenções urbanas funcionam como um meio dos habitantes das cidades se sentirem mais orgulhosos dos lugares onde vivem.  O trabalho com a pintura e as palavras são uma constante na carreira dos artistas. Em Madri, eles têm espalhado muitas contribuições para o entretenimento da população. Uma delas só pode ser vista do alto. É a composição da palavra "color" (cor em espanhol) nas cúpulas do Mercado da Cevada. De acordo com a equipe do Boa Mistura, a construção de 1958 estava deteriorada quando eles decidiram, em 2013, dar um toque de alegria à paisagem. 
Integrantes do coletivo Boa Mistura pintam as diferentes cúpulas que compõem o Mercado da Cevada, em Madrid (Foto: Boa Mistura)
A junção de todos os desenhos forma a palavra "color" (Foto: Boa Mistura)
Em Montreal, no Canadá, o artista Peter Gibson, de codinome Roadsworth, dá vida ao tom escuro do asfalto. Criando faixas de pedestre que lembram pegadas e escamas de peixe, ele propõe que motoristas e pessoas a pé fiquem atentos aos caminhos por onde passam. O mesmo vale para os pássaros que colore nas pistas e para os sinais de trânsito que ganham cara nova com seu traçado. Entusiasta da bicicleta, ele faz críticas ao uso do carro como meio de transporte que isola as pessoas em um mundo particular. Em novembro de 2004, Peter foi preso pela polícia de Montreal enquanto pintava uma fita de Natal em um cruzamento da cidade. A detenção não o fez parar. Em um texto de cinco páginas do em seu site, o canadense defende a liberdade de criação dos artistas de rua, e diz: "A arte de rua me trouxe a capacidade de responder aos meus questionamentos, de expressar as minhas percepções. E, de alguma forma, me ajudou a aliviar a frustrações que eu atribuo tanto a fatores pessoais como sociais". Uma campanha online ajudou Peter a evitar o pagamento de uma multa pela ideia de desenhar sua fita natalina no asfalto. Ainda hoje ele espalha sua arte pelas ruas da cidade.
O artista urbano Peter Gibson usa o asfalto como plataforma para plasmar sua arte (Foto: Roadsworth)
E se o foco são ideias simples, não poderia ficar de fora desta lista a obra do artista japonês Tadashi Kawamata, que se dedica a criar esculturas com fragmentos de madeira e papelão. Em 2010, ele fez instalações que ocuparam a área externa do Centro Georges Pompidou, em Paris. Suas pequenas "cabanas" lembram ninhos suspensos em árvores. E então, não é surpreendente?
Fonte: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/06/10-intervencoes-urbanas-simples-e-surpreendentes.html Edição Liuca Yonaha

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