Artigo
Como Nasce A Inclusão? Veja Como Uma Série De Iniciativas Podem Contribuir Para Uma Empresa Mais Inclusiva E Diversa.
COMO NASCE A INCLUSÃO?
Veja como uma série de iniciativas podem contribuir para uma empresa mais inclusiva e diversa.
7 MAIO 2020 | ALÉM DO GÊNERO
A ideia de criar um programa de estágio para quem tem mais de 55 anos veio, curiosamente, de um dos mais jovens funcionários da área de Vendas da Unilever. Já as iniciativas de empregar refugiados, pessoas trans e travestis e de contribuir para a melhoria da performance dos nossos promotores com deficiência auditiva surgiram de gerentes que trabalham (ou trabalharam) com merchandising, um setor de atuação em que há contato direto com as mais variadas realidades e regiões do país.
Na Unilever não falta espaço para incluir, contribuir para a construção de um país mais justo e de uma empresa melhor - e particularmente na área de vendas, transcendemos os esforços de conscientização. Os programas de inclusão hoje brotam organicamente.
Ao conversar com o grupo que se dedica a promover Diversidade & Inclusão na minha área, chegamos a uma série de fatores que contribuem para o sucesso dessas iniciativas:
#1 :: Acerte a inclusão da mulher e as outras acontecerão
Depois do nosso bem-sucedido projeto global de equidade de gênero, a participação da mulher na Unilever ficou mais fluida. Desse modo, pudemos olhar com atenção para outros grupos. Um ambiente mais diverso puxa ainda mais diversidade e a inclusão se propaga exponencialmente, sua importância vira uma crença de todos. O legal é enxergar a oportunidade onde ela está. Se na região Sul tem refugiados, vamos focar neles por lá!
#2 :: Descubra o que equilibra o jogo
Para a inclusão dar certo este é, talvez, o mais importante dos fatores: construir a base que dá equidade para que todos possam se desenvolver sob as mesmas condições. Isso significa investir em capacitação ou recursos que variam de acordo com cada realidade. Quando se fala em deficientes auditivos, equidade é colocá-los para ouvir como as outras pessoas e isso se resolve com aparelhos auditivos.
No país onde a expectativa de vida de pessoas trans e travestis é de 35 anos, andar de ônibus em regiões periféricas das cidades representa um risco para eles. A equidade para esses funcionários vem na forma de caronas ou corridas de táxi.
Já no caso dos refugiados venezuelanos que fazem parte do nosso time no Sul, derrubar a barreira do idioma os coloca para competir de forma justa. Aula de português vira a ferramenta da inclusão e com um bônus - eles têm ensinado espanhol para os colegas brasileiros!
“A habilidade de transformar está em todos”
#3 :: Boas ideias vêm das pessoas
A inclusão, verdadeira e que faz a diferença na sociedade, não nasce apenas nas reuniões de RH, nas campanhas de comunicação interna. Ela vem como propósito para quem se importa em promover um ambiente onde todos têm oportunidade e podem ser quem são.
O grupo que hoje está liderando projetos de inclusão no nosso departamento não foi convidado, convocado ou selecionado para esse trabalho, eles se engajam de modo muito pessoal, porque acreditam e encontraram abertura para isso. Recursos Humanos e os líderes em geral têm o papel importantíssimo de abraçar os sonhos, dar autonomia e ajudar no processo, porém, a experiência positiva que temos na Unilever mostra que os melhores insights vêm das pessoas, independente da posição hierárquica, cargo ou tempo de casa. A habilidade de transformar está em todos.
#4 :: O compromisso é pessoal
Tomar a frente de um projeto de inclusão não é algo para se esperar reconhecimento. Tem de ser, acima de tudo, uma satisfação pessoal e algo que faz sentido na vida. Não é uma trilha fácil, sou testemunha de como exige profunda dedicação e quebra diária de paradigmas.
Acho interessante que, no time, nenhum dos envolvidos em iniciativas de inclusão usa isso como subterfúgio de resultado. Quem se dedica a algo mais porque acredita costuma ser bem resolvido, encarar o trabalho com profissionalismo e entregar em altíssimo nível.
#5 :: Profit & purpose
Entretanto, se podemos criar essas novas fronteiras, motivados por nosso propósito, é porque a companhia tem resultados consistentes. Sem lucro (profit), sem se autossustentar, uma empresa não tem como pensar em propósito (purpose). Nossos programas de inclusão não são desvio de foco, estão no nosso core business. Uma das frases que mais gosto é a que diz que a recompensa de entregar é a liberdade para agir.
E NO FIM, QUAL É O IMPACTO DA INCLUSÃO?
A resposta mais real a essa pergunta vem dos próprios incluídos. Por isso é tão importante dar voz, aprender com eles e sonhar junto um futuro melhor.
A parceria com a plataforma Gente, da Globosat, foi fundamental para entendermos profundamente como se sentem alguns colaboradores da Unilever em todo o Brasil. Pessoas com quem temos o privilégio de conviver e trabalhar. São minutos inspiradores, comoventes e que nos ajudam a lembrar que “quando a gente aceita e acolhe as diferenças, coisas incríveis acontecem”.
Obrigado à todo o time da Globosat pela sensibilidade com que fizeram esse trabalho e parceria que tem nos feito evoluir em Diversidade & Inclusão. A transmissão desse vídeo em nossa Reunião Nacional de Líderes em janeiro mobilizou muitas mais pessoas a aderirem ao MUDE: Movimento Unilever pela Diversidade e Equidade.
Agradeço também ao Luis Felipe, Carlos Alvarado, Robson Gavarrão, Diego Pinto, Talita Ferreira, Thiago Santos, Cristiano Bernardo, Elisa Calazans, Julie Goldchmit, Gloria Oliveira e Fabiola Lopes que aceitaram dividir suas histórias com todo o Brasil.
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Julio Campos é VP de Vendas & Desenvolvimento de Negócios na Unilever.
Texto: Julio Campos / Imagem: iStock by Getty Images © Nadia Bormotova | RLT Images