Artigo
Conheça Um Pouco Mais Sobre A Mafalda.
MAFALDA E OS ANTIGOS PROBLEMAS ATUAIS
A personagem Mafalda foi criada pelo cartunista argentino Quino em 1962, no entanto, cinquenta anos depois, suas críticas são atuais e os assuntos abordados ainda são os mesmos. Agora na mesa, as críticas sagazes da Mafalda Parece escrito agora em 2012, porém não. A personagem Mafalda foi criada pelo cartunista Quino em 1962. Isso mesmo! A garotinha Mafalda já é uma cinquentona. No entanto, é dificil não relacionar a crítica política / social que a garotinha faz nas desventuras de sua infancia com a nossa desventura de ser gente. O interessante da turma da Mafalda é entender como as crianças entendem essas questões sociais e políticas e é dentro da inocencia dessa turminha que a crítica é feita. As personagens foram construídas de forma à esfregar na cara do leitor o quão errado está a sociedade que o rodeia. O mundo não é bom e não é fácil de se explicar para uma criança, no entanto, nas tirinhas da Mafalda isso vira o avesso e são elas, as crianças, que nos explicam o mundo. Utilizando de metaforas bem fáceis de se entender, Quino promove o debate de questões que ainda, depois de cinquenta anos, são feridas expostas no corpo de uma sociedade politicamente alienada e socialmente passiva. A exemplo, sua tartaruga de estimação, chamada de Burocracia, ainda em 1962 a burocracia servia para... para... para nada, bem como serve uma tartaruga de estimação, não é como um cachorro carinhoso ao servir seu dono ou ainda como um gato, veloz ao querer alcançar aquilo que deseja. A tartaruga apenas anda, perambula vagarosamente, ora, por que não chamá-la de Burocracia. Outro exemplo de que gosto muito é Manolito, filho de comerciantes, que não tira boas notas, exceto, quando o assunto é matemática, pois aprendera matemática no ofício de seu pai. Manolito tem por preocupação primordial os negócios de sua família, um garoto gordinho e truculento, perfeito para simbolizar o capitalismo, é retratado como um menino egoísta, interessado somente no lucro do comércio de seu pai, é assim que encara a vida, numa relação oferta procura, inclusive em suas relações afetivas. Mafalda faz críticas à corrupção dos políticos, à manipulação em massa da televisão, à futilidade de mulheres que sonham em casar-se com homens ricos... É realmente dificil de acreditar que essas tirinhas foram escritas na década de 60. Atualmente, Mafalda é figurinha fácil nas páginas das redes sociais, pois ainda é perfeita em explicar nossa sociedade nos dias de hoje. Isso é fácil de se entender, pois Quino é um cartunista de grande manejo na arte dos quadrinhos. O que não é fácil de se entender é como a mesma situação perdura durante 50 anos. Há cinquenta anos vivemos problemas iguais, ainda políticos roubam, ainda mulheres injetam silicone em seus glúteos para arrumar maridos ricos, ainda a televisão nos convence que para sermos felizes necessitamos seguir suas regras. Ainda, ainda, ainda... No entanto, o que mais me atormenta é capacidade que temos de difundir essas informações, rir do sarcasmo oferecido por Quino, levantarmos de nossas cadeiras e continuar vivendo do mesmo jeito, com os mesmos problemas. As tirinhas de Mafalda ainda fazem sucesso porque o assunto ainda atual. Em pleno ano de 2012, onde a internet nos oferece informação imediata, nos preocupamos em noticias superficiais de celebridades ao invés de propor à mesa conversas que acrescentem à nossas vidas um mínimo de informação sobre aquilo que é feito, que fazem e que fazemos de nossas vidas. É vergonhoso, mas estamos de braços cruzados diante desses problemas, entendídos e explicados por crianças, há pelo menos 50 anos. Não me sinto bem com isso... Agora, traz mais uma... Em tempo: Por coincidência ou não, Mafalda detesta SOPA
O CARTUNISTA QUINO E SUA PERSONAGEM MAFALDA
O cartunista argentino Quino, conhecido pelas criações célebres de humor, especialmente a personagem Mafalda e suas tirinhas de caráter crítico que permitem uma reflexão sobre os fatos, em todas as faixas etárias da sociedade. Quino, Joaquín Salvador Lavado – o cartunista - nascido na região andina de Mendoza na Argentina em 17 de Julho de 1932, foi nomeado Quino para distingui-lo de seu tio Joaquín Badger. Aos três anos, Quino, descobriu sua vocação: pintor e designer gráfico. Aos treze anos ele se matriculou na Escola de Belas Artes, mas em 1949 “Cansado de desenhar ânforas e moldes" pensa em uma possível profissão de cartunista e humor dos desenhos animados. Firmemente determinado a atingir seus objetivos, com dezoito anos, mudou-se para Buenos Aires em busca de uma editora disposta a r seus desenhos, mas teve três anos de dificuldades econômicas antes de ver seu sonho realizado. Afirma, o cartunista “No dia em que publiquei o meu primeira página - ele se lembrou de sua estreia no semanário - Eu passei o momento mais feliz da minha vida", em 1954. A partir de então seus desenhos humorísticos foram das continuamente em inúmeros jornais e revistas da América Latina e Europa. Seu primeiro livro de humor, "Mundo Quino”, lançado em 1963, foi uma coleção de desenhos de humor mudo. Um ano após surge Mafalda, a menina de cabelos negros que odeia sopa e é contrária aos adultos. O personagem surgiu quando Quino foi convidado para ser encarregado de uma campanha tária para uma linha de produtos eletrodomésticos chamados Mansfield, razão pela qual começa a pensar e criar uma personagem começada pela letra M e assim nasceu a Mafalda. A agência acabou não fazendo a campanha, mas Quino aproveitou a personagem e começou a trabalhar nas primeiras histórias da Mafalda, que foram das pela primeira vez em "Gregorio", um suplemento do humor da revista "Leoplán", que u três tiras da Mafalda. A partir de 29 de setembro de 1964, as histórias em tiras da Mafalda passaram a ser das regularmente no semanário "Primera Plan" de Buenos Aires. Para Quino é o dia do nascimento de Mafalda como personagem de desenho animado. Em 9 de março de 1965, Quino passou a r as tiras da Malfalda no jornal "El Mundo" onde, Quino u seis tiras por semana. Um ano depois, o editor Jorge Álvarez reuniu as primeiras tiras em ordem de ção e u-os no primeiro livro da Mafalda, numa tiragem de 5000 exemplares que se esgotaram rapidamente. A personagem Mafalda fez tanto sucesso que em novembro de 2008 foi aberto o mural "O Mundo Segundo Mafalda" na linha A estação histórica Peru, metrô de Buenos Aires, Argentina. E em agosto de 2009 foi aberta, a escultura de Mafalda, no bairro de San Telmo (Buenos Aires, Argentina). O trabalho foi feito pelo artista Pablo Irrgang. No evento também foi inaugurada uma placa em frente ao prédio na rua Chile onde Quino viveu e criou Mafalda com a legenda "Aqui viveu Mafalda". Atualmente, a personagem Mafalda permanece viva, seja nos desenhos ou tirinhas com sua marca de fazer comentários com ideias que refletem as preocupações sociais e políticas dos anos 60. Filha de uma típica família da classe média Argentina, a Mafalda representa o anticonformismo da humanidade, mas com fé na própria geração. O que mais odeia é a injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e, obviamente, a sopa. As suas paixões são os Beatles, a paz, os direitos humanos e a democracia. Em 2014 Mafalda completou 50 anos.
FOMOS TODOS MAFALDA
Mafalda é uma garotinha de seis anos que odeia injustiça, a guerra, as convenções dos adultos e sopa. Mas adora os Beatles, o desenho do Pica-Pau, questionar o mundo à sua volta e ter uma opinião sobre tudo – desde assuntos políticos até comida. Ela vai de encontro aos ideais da sociedade de consumo com seus comentários ácidos e questionamentos com tom irônico. A pequena Mafalda tornou-se uma personagem no ano de 1964 e frequente nas ções da revista Primeira Plana. Com forte repercussão no universo dos quadrinhos, foi traduzida para aproximadamente trinta idiomas. E apesar Quino (seu criador) ter acuado das ções em 1973, foi ilustração de campanhas sobre os direitos da infância. A maioria das crianças conhece Mafalda na escola por meio dos livros do ensino da língua, o teor cômico e a proximidade de idade favorecem a interpretação de texto. O enredo, os personagens e o ambiente dos quadrinhos são cruciais para o desenvolvimento dos cartuns. Mafalda tem amigos, pais e outros coadjuvantes que favorecem o clímax contínuo e característico de textos nesse molde, uma vez que suas passagens são autônomas. É fato também que quem apenas lê e acha que é um HQ comum não entende as pretensões do cartunista. Não é todo mundo que vê além das imagens e das falas, e isso talvez seja um equívoco, pois todos precisamos ter a “Liberdade” como um questionamento a nós mesmos. O bom humor, apesar do contexto existencialista, também é um componente de inteligência. Não é apenas uma extensão de entretenimento, aliás, é totalmente cabível como instrumento de educação e embasamento de percepções sociológicas. O desenvolvimento intelectual de muitos leitores foi influenciado por Quino. A cordialidade da personagem principal é um esquecimento, mas seria favorável à convivência humana se fosse um presente contrário às complexidades tão desnecessárias ás quais nos submetemos pelo simples fato de aumentar a faixa etária. A temática desse HQ é atemporal, e ao lermos os balõezinhos das falas, sentimos uma forte contemporaneidade de ideias. O que fortalece a popularidade é a verdade de vida que tantos não dizemos, mas sentimos e engolimos mediante as adequações da vida adulta. São lembranças de uma fase que não tínhamos culpa de existir.