Aguarde, carregando...

X

Fale Conosco:

Aguarde, enviando contato!

Artigo

Doping Intelectual - Remédio Que "Turbina" O Cérebro
21/06/2019 Não informado

O doping intelectual: conheça os estudantes que usam remédio para "turbinar o cérebro"

Concurseiros e vestibulandos usam o Stavigile para aumentar o rendimento nos estudos e ficar vários dias acordados Por isso, o Stavigile é usado (ou abusado) por aqueles que almejam uma aprovação em vestibulares ou concursos e ainda profissionais que precisam enfrentar longas jornadas de trabalho, como médicos residentes e enfermeiros. "Esquece o metilfenidato! O Stavigile coloca qualquer Ritalina no chinelo". Foi com uma frase como essa que João Pedro* respondeu a uma ção num grupo do Facebook voltado para vestibulandos de Medicina. Stavigile, cujo princípio ativo é a modafinila, é um medicamento vendido no Brasil para tratar um distúrbio de sono excessivo. Mas seu uso underground está nas salas de aula e nos cursos preparatórios. O remédio, em pessoas saudáveis, é capaz de aumentar o desempenho em tarefas que exigem muita atenção, segundo cientistas de Oxford e Harvard. E, principalmente, o Stavigile aumenta capacidade de ficar acordado. Apesar de o Stavigile ser eficiente nos seus propósitos, há um problema: nós não sabemos quais são os efeitos da droga em longo prazo. E se ela tornar seus usuários mais suscetíveis a doenças como o mal de Alzheimer? Também é possível que ela prejudique o desenvolvimento do cérebro - que só termina por volta dos 25 anos de idade. Quem garante esses riscos é o diz o neurocientista Russell Foster. "Não se sabe ainda que efeitos seu uso continuado pode provocar. É provável que a modafinila seja segura apenas se usada por curtos períodos".  Porém, há muitos fármacos disponíveis hoje que são mais seguros e mais acessíveis que a modafinila. Desde fitoterápicos como o ginkgo, o ginseng até a drogas sintéticas como o piracetam e o Hydergine, é possível ampliar as capacidades cognitivas como o foco, a memória e a motivação. No meu e-book, o Turbine Seu Cérebro (clique aqui para conhecer mais), você pode ficar por dentro da geração de fármacos da inteligência e de suplementos e nutrientes necessários para o aumento do desempenho do cérebro. Conheça agora, um pouco mais sobre a história da modafinila e as revelações de quem já a utilizou Em pé por 3 dias e 3 noites A história toda começou na França, já há um tempão, nos anos 1980. O médico Michel Jouvet, que estudava a narcolepsia, descobriu a modafinila.  Era um remédio que promovia a vigília e tirava os ataques de sono irresistíveis da doença. Só que, mais tarde, numa jogada de marketing, Jouvet disse o seguinte num encontro em Paris, lotado de generais de guerra e de repórteres: "A modafinila pode manter um Exército em pé por três dias e três noites". E o Pentágono e as Forças Armadas estavam a todo ouvidos. Até hoje, a modafinila é a substância favorita das Forças Armadas de muitos países nas missões que exigem que pilotos e militares mantenham-se vigilantes por muitas horas (clique aqui para conferir mais). Diferente das anfetaminas, que deixam soldados acordados, porém "ligadões", a modafinila causa apenas vigília e deixam os soldados "normais", como se eles estivessem dormido bem. Não é à toa que o Exército dos Estados Unidos testou o modafinil em seus soldados e pilotos em algumas missões, como na invasão do Iraque, em 2003. Os franceses utilizaram a modafinila na Guerra do Golfo, em 1991 e, atualmente, administra a droga rotineiramente aos seus pilotos de caça. Nas Forças Armadas, a modafinila significa menos mortes e menor perdas financeiras para o governo. E, na batalha do futuro, quem não usar substâncias como essa estará em desvantagem. Afinal, o Exército que usa a modafinila irá forçar o inimigo a ficar acordado, sem descanso. Trata-se de uma arma muito eficaz.  Droga está nas prateleiras das farmácias brasileiras

 
Segundo enfermeira, o Stavigile é usado por médicos plantonistas para "aguentar a jornada de trabalho"

Saindo dos campos de batalha, o modafinil pode ser encontrado por aqui em qualquer farmácia, com uma receita amarela, sob o nome de Stavigile. "Esse remédio só é vendido com uma receita especial, é uma receita amarela e você tem que apresentar o seu RG na compra do medicamento", conta Fabio*, que utilizou o medicamento, com prescrição de sua psiquiatra, como uma opção no tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção. Mas há sempre o jeitinho brasileiro. "Eu conseguia o Stavigile porque meu ex-namorado era psiquiatra. Eu costumava tomar quando tinha que enfrentar mais de 48 horas consecutivas de plantão", diz Lívia*, uma enfermeira. Mesmo depois de tanto tempo sem dormir, ela relata: "Parecia que eu tinha descansado por nove horas".  Ela utilizava o modafinila por necessidade, como diz, "para aguentar". "Eu trabalho em hospital. Não dá para ficar sonolenta. Pode-se prejudicar a saúde de alguém ao cometer algum erro". Benefícios na privação do sono De fato, médicos, enfermeiros e cirurgiões que estejam fadigados e prejudicados pela privação do sono são uma ameaça à saúde de pacientes. E a modafinila realmente os ajuda, nesse caso.  Quem garante é um estudo realizado em 2012 lidou com médicos que não dormiam há 24 horas. Uma parte deles tomou 200mg de modafinila e outra parte tomou placebo. Os resultados mostraram que o grupo com modafinila conseguiu se manter mais eficiente e funcional. Remédio tem controle especial            "Já conheci muitos médicos que usavam a Ritalina e o Sta", conta Lívia. "Sta" é o apelido carinhoso que o remédio ganhou entre os profissionais. Ela diz que, na área da Saúde, o remédio é facilmente conseguido, principalmente através de psiquiatras.  Marcos*, um estudante conta: "Fui perguntando aos meus amigos se eles conheciam quem vendesse uma receita. Depois de algum tempo, consegui duas caixas de graça. Um amigo conseguiu em um hospital". Nas farmácias, a menor caixa de Stavigile, a de 10 comprimidos com 100mg, é vendida por não menos que R$ 30.  Caso Marcos tenha conseguido o Stavigile num hospital público, esse dinheiro saiu de impostos.  

 
Na Internet, anúncio chama Stavigile de "poderoso aliado"

Como se não bastasse, há um mercado negro para o Stavigile. Uma pesquisa por "Stavigile Libbs", no Google, revela uma coleção de sites que o vendem, anunciando também outras drogas de prescrição e controle especial. Um deles chega mesmo a apostar no marketing, criando um banner chamativo (veja acima). Com quase 70.000 visitas, a página não tem credencial alguma para fazer tal venda. É ilegal, e, muito provavelmente, um golpe. "Ficava acordado até umas 3h da manhã", diz estudante

 
Imagem da caixa de Stavigile

Marcos tinha uma rotina puxada: ele fazia um cursinho intensivo para Medicina e uma faculdade de Direito à noite. Ele estudava, quase que sem parar, das 6h às 23h. "Eu chegava em casa muito cansado e era assim de segunda a sábado. Mas eu queria cursar medicina e tinha obrigação de estudar muito todos os dias ", ele conta.  Sentindo-se sobrecarregado ele resolveu buscar um médico, que o receitou Fisioton. É um medicamento a base da planta Rhodiola rosea, indicado para fadiga. Mas Marcos não notou diferença alguma. Foi aí que ele encontrou o Stavigile e conseguiu as caixas do medicamento, como ele disse, com um amigo no hospital. A história de Marcos começou a mudar. "Passei a tomar um comprimido logo ao acordar e pronto. Conseguia prestar mais atenção nas aulas do cursinho e não sentia vontade de dormir. Ainda ficava acordado até umas 3 da manhã, sem nenhum cansaço, estudando", ele relata. "Maior concentração e mais energia" Diego*, estudante de Medicina, usa a modafinila por razões médicas. "Meu psiquiatra me passou para desordem do ciclo sono-vigília de causa não-orgânica". Ele começou com 100 mg, mas foi desenvolvendo tolerância e atualmente utiliza o dobro. Só deve largar o remédio daqui a 4 anos. "Meu médico só planeja retirar o remédio depois que eu me formar e começar a estabilizar mais os horários e duração do sono noturno".

 
Dá para ficar inteligente com um comprimido?

Os efeitos que ele descreve são incríveis. Assim como no caso da enfermeira Lívia e do vestibulando Marcos, que tinham rotinas estressantes, Diego foi beneficiado. "Tenho maior concentração, mais energia, menos sono durante o dia e notei uma melhora nos reflexos motores. Eu parei de dormir nas aulas (o que era um grande problema). Minhas notas subiram em média 10%. Conseguia absorver mais da matéria e me tornei mais participativo. Também melhorou minha imagem frente aos professores", ele conta. "Como um milagre" Paulo Felipe*, estudante de História foi diagnosticado com apneia do sono, após uma série de exames, como a polissonografia, que o obrigou a dormir a noite inteira numa clínica. Na apneia do sono, ocorrem episódios de interrupção da respiração ao dormir. Isso faz com que a pessoa tenha um sono totalmente fragmentado. No final das contas, o doente tem que lidar com o insuportável fardo da falta de uma noite de sono revigorante diariamente. "O neurologista me receitou o Stavigile para me manter acordado durante o dia", conta Paulo. "Foi como um milagre", diz Paulo, sobre os primeiros dias com o Stavigile, 200mg. "Eu dormia só por 4 horas. Acordava, às 6h da manhã, sem sono e com disposição para fazer tudo. Eu passava o dia inteiro elétrico. Nenhum cansaço mental. Eu desenho, como hobby. Sempre que eu ficava parado em algum lugar, me sentia entediado e começava a desenhar. Em menos de um mês preenchi dois cadernos com desenhos. Era algo que me levaria, em condições normais, mais de um ano", ele conta. Outro efeito que Paulo notou foi uma melhora nas habilidades sociais. "Sempre foi muito tímido. Com o Stavigile, eu sentia vontade de interagir com as pessoas. Ele aumentou minha confiança". Já nos estudos, ele também notou diferenças. Ele conta que sua concentração nas aulas aumentou. "O Stavigile me ajuda a manter o foco na aula, o que eu não conseguia fazer no Ensino Médio. Eu tiro umas notas boas mesmo sem estudar muito".  O barato pode sair caro

 
"Não vale a pena", diz estudante que utilizou o Stavigile

Como ocorre com todas as drogas, a resposta fisiológica dos usuários ao Stavigile pode variar muito. Foi o que notei através das entrevistas. O Fabio, que usou a modafinila como uma segunda opção no tratamento de déficit de atenção, conta que não sentiu o efeito da modafinila. Segundo ele, mesmo com o comprimido de 200 mg, sentia sono durante as tardes. Voltou para a Ritalina, o tratamento mais tradicional para seu problema.              Num outro extremo, Marcos, que havia usado o remédio para lidar com sua rotina exaustiva, conta que se tornou, nas palavras dele, um zumbi. "Quando dormia, era um sono bem leve. Qualquer barulho me acordava. Eu era um morto-vivo! E foi então que parei de usar todos os dias ou usava só 1/3 do comprimido", ele conta. Enquanto algumas pessoas contaram que não precisavam repor as horas de sono, isso não foi verdade para Marcos. "Eu dormia muito. Era quase o dia todo dormindo e ainda sentia vontade de dormir mais. Ou seja, o tempo que eu ganhava estudando, eu perdia dormindo", ele revela.

 
O modafinil altera toda a química cerebral

Não é exagero dele. A modafinila tem um tempo de meia-vida muito longo. Isso significa que o remédio, mesmo após muitas horas, continua no organismo. Como o Marcos tomava um comprimido todos os dias (e considerando que não era para corrigir algum distúrbio de sono), a substância ia se acumulando e ficando cada vez mais forte. Hoje, ele se arrepende. Marcos acredita que os efeitos negativos superam em muito a suposta inteligência e a energia que o Stavigile lhe dava. Ele disse: "Não vale a pena. Não vale a pena se sentir morto de cansado e não conseguir dormir. Não vale a pena estudar 12 horas e dormir 18 horas". O estudante de Medicina, Diego, sentiu efeitos colaterais similares. Aos fins de semana, quando não usa o medicamento, ele se sente fadigado. "Alguns dias, também tenho problemas para dormir", ele conta. Segundo Diego, o remédio também o deixa, às vezes, estressado. Lívia também conta outros efeitos colaterais: "Me sentia nauseada às vezes, perdia o apetite, chegando a ficar dias sem comer. Muito raramente, taquicardia". *Os nomes completos dos entrevistados foram omitidos a fim de preservar suas privacidades. Conheça 16 nootrópicos: alternativas seguras ao Stavigile Os nootrópicos são melhoradores cognitivos e psicoestimulantes que são aumentam o desempenho intelectual, sem trazer riscos significativos como as medicações como Ritalina e Stavigile. Muitos nootrópicos beneficiam o cérebro em longo prazo. Também aumentam a memória, melhoram o humor, corrigem a desatenção e combatem a fadiga mental. Fonte: http://www.cerebroturbinado.com/2015/07/o-doping-intelectual-conheca-os.html

Tags



Posso Ajudar?

Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego.
Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Privacidade.

Sim, eu aceito.