George Orwell falecia há 66 anos
Seu pai trabalhava com ópio. George Orwell, filho de um funcionário público no Departamento de Ópio do governo britânico na Índia, era nome artístico do garoto nascido como Eric Blair. O trabalho do pai era supervisionar os fazendeiros indianos que viviam do cultivo da droga (ainda não havia sido proibida). Quando completou cinco anos, Eric, sua mãe e sua irmã mais velha mudaram-se para a Inglaterra.
Ele foi policial e teve dengue. O jovem George não era fã dos estudos. Ele decidiu se alistar no serviço público do Império, assim como seu pai, mas foi trabalhar na Birmânia, não na Índia. Lá se tornou um policial que, nas horas vagas, lia, escrevia um pouco e gozava a vida. Foi neste local também que tatuou a mão e deixou o famoso bigode crescer. Eric conseguiu dispensa em 1927, depois de pegar dengue. Suas memórias dessa época podem ser encontradas no livro Dias na Birmânia.
Ele foi pobre em Paris e mendigo em Londres. De propósito. Orwell voltou da Birmânia determinado a se tornar escritor em tempo integral e escrever sobre a vida dos descamisados, dos oprimidos pelo sistema. Para ele, o único jeito de fazer isso era tornando-se um deles. Em Paris, trabalhou lavando pratos. Em Londres, virou mendigo para poder conversar com outros mendigos sobre a pobreza em que viviam. Mas Orwell mantinha seus portos seguros para emergências. Na França, sua tia Nellie sempre o ajudava quando a fome apertava. Já na Inglaterra, tinha alguns amigos com quem podia contar. A família era compreensiva com seu experimento social. A única exigência: tomar banho assim que entrasse em casa.
Ele conheceu Ernest Hemmingway. A impressão que temos ao analisar a vida desses dois escritores é que George Orwell e Ernest Hemmingway frequentaram os mesmos lugares mas nunca se encontraram. Ambos lutaram na guerra civil espanhola e viveram em Paris no mesmo período (talvez Hemingway tivesse um circulo de amigos um pouco mais afluente). Mas o autor de
O velho e o mar deve ter seguido a carreira de Orwell. De acordo com escritor Paul Potts, George encontrou Ernest no Hotel Scribe, uma espécie de quartel-general dos correspondentes de guerra. Orwell se apresentou: “Eu sou Eric Blair.” Hemmingway, impaciente, respondeu: “Que diabos você quer?” Orwell respondeu, timidamente: “Eu sou George Orwell.” Hemmingway então puxou uma garrafa de whisky do bar e disse: “Por que você não falou antes? Tome um drink.”
Ele criou um filho adotivo sozinho. Orwell adorava crianças e sempre quis ter um filho. O problema é que ele era estéril. Em 1944, ele e a esposa Eileen ficaram sabendo de uma mulher que não podia sustentar o filho e decidiram adotá-lo. Tragicamente, em 1945, Eileen faleceu. Os amigos aconselharam Orwell a desistir da adoção, mas ele se recusou e tornou-se um pai dedicado e carinhoso.
Escrever 1984 foi um processo doloroso. O livro não é muito longo, mas levou um tempo enorme para ser escrito. Ele começou em 1946, mas foi deixado de lado em função de afazeres profissionais, doenças e outros inconvenientes. Inicialmente, a história se passaria em 1980, depois 1982, e, finalmente 1984, graças aos atrasos no processo. Ele passou a maior parte de 1948 datilografando o manuscrito final. O título original era
O Último Homem na Europa. Sua editora, contudo, achou que 1984 era uma opção melhor.
Ele morreu sozinho. Na manhã de 21 de janeiro de 1950, uma artéria estourou no pulmão de Orwell, sufocando e matando o escritor imediatamente. Ele tinha 46 anos. Como a tradição mantinha que ateus não podiam ser enterrados em cemitérios de igrejas, os amigos conseguiram convencer os paroquianos da All Saints’ Churchyard in Sutton Courtenay, na Inglaterra, de que ter George Orwell em seu cemitério seria boa dade para a igreja. Na sua lápide lê-se: “Aqui jaz Eric Arthur Blair. Nascido em 25 de junho de 1903. Morto em 21 de janeiro de 1950”.
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