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Inclusão digital nas escolas: como democratizar a tecnologia
Um grande obstáculo para as escolas na missão de desenvolver letramento digital e preparar os estudantes para o futuro mercado de trabalho é o acesso restrito à Internet e às tecnologias digitais, tanto na escola quanto nas casas dos alunos.
Por isso, a inclusão digital é o primeiro passo de uma educação inovadora e de qualidade. Não é à toa que esse é um dos objetivos do Programa de Inovação Educação Conectada e da mais recente Política Nacional de Educação Digital, ambos do Ministério da Educação (MEC).
Se você é gestor escolar, secretário de educação ou professor, você precisa entender a fundo esse tema e colocar em prática algumas ações recomendadas pelo MEC. Então leia até o final para conhecer o cenário digital do Brasil e o papel das escolas na transformação dessa realidade.
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Sumário:
Cenário digital do Brasil
Quem são os excluídos digitais?
Como promover a inclusão digital nas escolas?
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Cenário digital no Brasil
Para falarmos de inclusão digital, é preciso entender o cenário atual do Brasil em relação à conectividade. Vejamos os dados de acesso da população em geral e das escolas:
Uso da tecnologia pela população em geral
Você sabe quantas pessoas têm acesso à Internet, computador e celular no Brasil? Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2022, 78% da população brasileira está conectada, enquanto 22% não são usuários da Internet. Entre os usuários, a maioria (62%) tem acesso exclusivamente pelo celular.
Uso da tecnologia nas escolas
Dados do TIC Educação 2020 mostram que 82% das escolas brasileiras têm acesso à Internet, mas apenas 68% dispõem de Internet em sala de aula e 51%, dão acesso para os alunos.
Em relação aos dispositivos, 86% das escolas possuem computadores, sendo que a maioria tem até 5 computadores portáteis. Mas considerando o uso estritamente pedagógico, 37% das escolas não têm nenhum computador de mesa e 44% não possuem nenhum computador portátil.
Quem são os excluídos digitais?
De acordo com a TIC Domicílios 2022, a maior parte das pessoas que não usam a Internet no Brasil são:
-residentes de áreas urbanas;
-escolarizados até o Ensino Fundamental;
-pretos ou pardos;
-das classes econômicas D e E (19 milhões);
-de idade igual ou superior a 60 anos.
Como promover a inclusão digital nas escolas?
Segundo a Política Nacional de Educação Digital, as estratégias mais importantes de inclusão digital são:
-desenvolver competências digitais, midiáticas e informacionais;
-promover ferramentas online de autodiagnóstico dessas competências;
-treinar essas competências, incluindo os grupos de cidadãos mais vulneráveis;
-desenvolver e acessar plataformas e repositórios de recursos digitais;
-ter processos de certificação em competências digitais;
e implantar uma estrutura de conectividade adequada, com acesso à Internet de alta velocidade, bons equipamentos e acesso móvel para professores e estudantes.
Enquanto o último ponto é mais relacionado a questões técnicas e de infraestrutura, os demais são vinculados à finalidade pedagógica do uso de tecnologias educacionais.
Considerando essas diretrizes, podemos extrair sete ações de promoção à inclusão digital nas escolas. Vamos entender cada uma delas a seguir.
1. Melhorar a infraestrutura e a conexão à Internet
O primeiro passo da inclusão digital é garantir o acesso apropriado à Internet, a computadores e a outras tecnologias digitais.
Nas escolas públicas, o MEC oferece apoio técnico e financeiro, por meio do programa Educação Conectada, para contratação de serviços de acesso à internet, aquisição de dispositivos eletrônicos e implantação de infraestrutura para distribuição do sinal, como roteadores e cabos.
Já as escolas privadas devem fazer parceria com fornecedores confiáveis para contratar os serviços de que precisam, incluindo os de manutenção, e adquirir os equipamentos eletrônicos de melhor custo-benefício.
2. Laboratórios de informática e bibliotecas abertas à comunidade
Tendo uma infraestrutura adequada, a escola pode funcionar como um centro de inclusão digital para a comunidade local, recebendo em seus espaços digitais não apenas os estudantes e professores da instituição como também outros moradores da região.
É certo que essa iniciativa requer algumas medidas de segurança e organização, mas os benefícios para a formação da comunidade e também para a reputação da escola são expressivos.
Algumas escolas municipais de São Bernardo e São Paulo adotaram essa boa prática nos finais de semana para contemplar atividades educativas e culturais, incluindo cursos de formação digital.
3. Aplicativos e plataformas educacionais
Uma forma de tornar os conteúdos curriculares mais atrativos e ainda desenvolver as competências digitais dos estudantes é incluindo aplicativos e plataformas educacionais na rotina escolar, seja na sala de aula ou em tarefas de casa.
Em outras palavras, o ensino híbrido colabora para a ampliação da aprendizagem enquanto aumenta, também, a familiarização dos alunos com as novas tecnologias.
Para facilitar esse uso de tecnologias educacionais, considerando a diversidade de componentes curriculares, abordagens e metodologias, experimente adquirir uma plataforma educacional que integre todas as aplicações em um só ambiente virtual, como é o caso da Suíte Educacional.
4. Aulas de educação digital
Apesar de a tecnologia poder estar presente em todas as aulas, de todos os componentes curriculares, é necessário dedicar algumas aulas para abordar diretamente temáticas de educação digital.
O Currículo de Referência em Tecnologia e Computação do Cieb (Centro de Inovação para Educação Brasileira) é uma ótima base para o planejamento de aulas nesse sentido.
Como o próprio Cieb recomendou, as aulas de educação digital podem ser desenvolvidas de modo transversal, sem a criação de um novo componente curricular para o tema, ou dentro de uma área de conhecimento específica, criada para esse fim.
5. Formação de professores para uso das tecnologias
Como os professores poderão capacitar os estudantes a utilizar e compreender as tecnologias se nem eles forem capazes de fazer isso? A formação dos professores é primordial. Sem ela, todo o planejamento pedagógico e a infraestrutura disponível na escola correrão o risco de serem subutilizados.
6. Oficinas de programação
Outra excelente prática pedagógica é a realização de oficinas de programação na escola. Essa aprendizagem é exigida pela Política Nacional de Educação Digital e é essencial para o desenvolvimento do pensamento computacional.
7. Clubes de robótica
Assim como a programação, o ensino de robótica na escola é exigido pela Política Nacional de Educação Digital e faz parte da construção do pensamento computacional.
Por isso, ter clubes de robótica na sua instituição é altamente recomendado, tanto para a aprendizagem quanto para a socialização dos alunos.
Participar de um clube aumenta o engajamento dos jovens no ambiente escolar e favorece a participação da escola em torneios de robótica, como o First® LEGO® League Jr.
Fonte: https://educacional.com.br/tecnologia-educacional/inclusao-digital-nas-escolas/