Artigo
Kobra: Neovanguarda Brasileira
Eduardo Kobra é um expoente da neovanguarda paulista. Seu talento emerge por volta de 1987, na periferia de São Paulo, e logo e espalha pela cidade. Seguindo os desdobramentos que a arte urbana ganhou em São Paulo. Nesse caminho, ele desenvolve o projeto “Muros da memória” que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Síntese do seu modo peculiar de criar, por meio do qual pinta, mas também adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século XX, esse projeto é uma junção de nostalgia e modernidade, resultando em pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade. Kobra apresenta obras ricas em traço, luz e sombra. O resultado é uma série de murais tridimensionais que permitem ao público interagir com a obra. A idéia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação característica dos grandes centros, como é São Paulo hoje. Paralelamente, Kobra realiza exposições dentro e fora do Brasil, além de pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos. O artista realizou na Praça Patriarca, no centro de São Paulo, a primeira pintura em 3D sobre pavimento do Brasil. A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”, a pintura pode parecer distorcida em certo ângulo, mas, vista do ângulo correto, estipulado pelo artista ela se “torna” 3D, apresentando uma incrível variação de profundidade e realismo. O mais recente projeto do artista, chamado “Green Pincel”, visa combater artisticamente os vários tipos de agressões do homem a natureza e ao meio ambiente. Inquieto e irrefreável em suas buscas criativas, Kobra é hoje, um fenômeno da arte brasileira da neovanguarda que “já” não se permite ignorar.
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