Artigo
Lei De Acesso À Informação
Decreto que regulamenta Lei de Acesso à Informação é do
Regras foram divulgadas no 'Diário Oficial da União' desta quinta (17). Lei entrou em vigor nesta quarta e vale para todos os órgãos públicos.
Do G1, em São Paulo
Em três anos, Lei de Acesso à Informação ainda não ‘vingou’ no Amazonas
Legislação que prevê maior transparência completa três anos, mas são poucos os órgãos públicos que cumprem determinações.domingo 17 de maio de 2015 - 6:30 AM Por Camila Carvalho
Ministério Público do Estado não tem do salários dos servidores de forma atualizada.Foto: Eraldo Lopes
Manaus - Após três anos de vigência da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11), órgãos públicos estaduais e municipais que estão entre os principais no Amazonas não cumprem, integralmente, a legislação e não m, entre outros, a relação nominal de servidores com subsídios e remuneração recebida. A lei, aprovada em 18 de novembro de 2011, fez três anos de vigência, ontem. A Lei de Acesso à Informação entrou em vigor por meio do Decreto 7.724/12, aprovado no dia 16 de maio de 2012. O descumprimento passa pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), órgão responsável por punir os que não cumprem as leis. No Amazonas, o Judiciário criou, no site institucional, um link ‘Acesso às informações públicas’ destinado à disponibilização dos dados em cumprimento à Lei de Acesso à Informação. Mas, no item referente à transparência, no qual o tribunal se propõe a disponibilizar dados como ‘Frota de veículos’, ‘Repasse ao Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Estado do Amazonas’, ‘Gestão orçamentária e financeira, remuneração e diárias pagas’, as informações não estão disponíveis ou estão desatualizadas. No site, só há dados referentes às remunerações e diárias pagas a membros da magistratura, servidores e colaboradores até março de 2015, em descumprimento à Lei de Acesso à Informação e resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que, desde 2009, após a aprovação da Lei da Transparência, têm determinado a ção dos subsídios e da remuneração de membros e servidores dos TJs mensalmente. A assessoria de comunicação do TJAM informou, na última semana, que não poderia se manifestar sobre o cumprimento da Lei de Acesso. Do Judiciário ao Legislativo, responsável por formular as leis, a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) também não a relação nominal dos servidores com salários. De acordo com o presidente da ALE, deputado estadual Josué Neto (PSD), a norma será cumprida o mais breve possível. “Estamos providenciando tudo para, em um menor tempo possível, estarmos de acordo com o que diz a lei nesse quesito (divulgação dos salários)”, disse o presidente. Segundo ele, há resistência entre os servidores da Casa na divulgação da relação nominal com subsídios e remuneração. “Isto será dialogado, até porque temos de cumprir a lei”, disse Josué Neto. Até a última sexta-feira, a ALE disponibilizava, além dos subsídios e remuneração dos deputados estaduais, todos os gastos da Casa e demais itens, conforme a Lei de Acesso à Informação. Entre os órgãos estaduais, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vem cumprindo com a legislação. Desde que a Lei de Acesso à Informação entrou em vigor, em 2012, o tribunal criou o ‘Sistema de Informação ao Público (SIP)’, por meio do qual disponibiliza, de forma integral, os dados orçamentários, incluindo a relação de servidores e membros com subsídio, remuneração e auxílios. Os dados são alimentados, mensalmente, pelo Departamento de Comunicação (Decom) do TCE, sob a orientação da presidência do tribunal. O TCE disponibiliza, ainda, um formulário para pedido de acesso à informação e relatórios estatísticos de, entre outros, prestações de contas julgadas, de viagens, além de trimestrais e anuais de atividades com dados consolidados e tabulados a respeito dos gastos. O mesmo acontece com a Câmara Municipal de Manaus (CMM), que, desde 2012, os salários dos vereadores e servidores, mensalmente, em cumprimento à Lei de Acesso à Informação. Os dados estão divididos por ano e mês e subdivididos em ‘Efetivos’, ‘Comissionados’ e ‘Verba de Gabinete’, referentes aos servidores pagos com recursos destinados diretamente aos vereadores. Executivos Na última sexta-feira, a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou um levantamento no qual o Estado do Amazonas, com nota 2,78, aparece como o 22º do País no ranking Escala Brasil Transparente - que avalia o cumprimento da Lei de Acesso à Informação. Manaus ficou com nota 5, segundo a CGU. Entre os itens que não estão sendo cumpridos pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Manaus está a divulgação nominal dos salários e subsídios dos servidores. Os Executivos têm um Portal da Transparência por meio do qual divulgam a arrecadação e os gastos, conforme determina a Legislação. De acordo com a secretária de Comunicação do Estado, Lúcia Carla Gama, o governo está fazendo um estudo para verificar qual a melhor maneira para r a relação dos servidores com salários em cumprimento à lei. “Nosso maior problema é o quantitativo. São muitos servidores e estamos analisando como faremos a ção”, disse. De acordo com a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), a Prefeitura nunca u a relação nominal de servidores com os respectivos salários, pois havia um entendimento que estas informações poderiam colocar em risco as pessoas. Mas, segundo o subsecretário de Comunicação, Mário Adolfo Filho, a Secretaria Municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef) está atualizando o sistema da pasta para dar maior transparência aos atos do Executivo. MP-AM não cumpre normas integralmente Responsável por fiscalizar a aplicação das leis e defender os interesses da sociedade, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) também não tem cumprido, integralmente, a Lei de Acesso à Informação. O MP-AM criou um site, denominado de ‘Portal da Transparência’, por meio do qual disponibiliza as informações de acordo com a Lei de Acesso e a Lei da Transparência (131/09). Mas, assim como o TJAM, a ALE, o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus, não divulgam a remuneração e o subsídio, nominalmente, dos servidores e membros do órgão. Em 2012, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Resolução 89/12, determinou que os MPs ssem nos sites institucionais a remuneração de todos os membros e servidores, com identificação individualizada. As informações devem ser atualizadas todos os meses. No link ‘Gestão de Pessoas’, o MP-AM disponibiliza a estrutura remuneratória do órgão com a indicação das leis que definem a remuneração e subsídios dos membros e servidores do Ministério Público. No site do MP-AM, é possível ter acesso a, entre outros, dados referentes ao quadro de membros e servidores, plano de carreira e cargos vagos e ocupados. O órgão também disponibiliza, em atendimento à lei, dados sobre licitações, contratos e convênios, execução orçamentária e financeira. Os dados estão atualizados até abril deste ano. A não ção dos salários dos membros e servidores do Ministério Público não é exclusividade do órgão no Amazonas. De acordo com levantamento realizado pela Globo News, quase 40% dos MPs, em todo o País, dificultam o acesso e a fiscalização das remunerações dos servidores. AM é um dos cinco que não regulamentaram lei O Amazonas está entre os cinco Estados do País que ainda não regulamentaram a Lei de Acesso à Informação, segundo a Controladoria Geral da União (CGU). O dado faz parte da campanha ‘Eu quero a Lei de Acesso regulamentada em todos os Estados do País’, lançada, nesta semana, em comemoração aos três anos de vigência da lei. Segundo a assessoria de comunicação da Controladoria, a iniciativa visa unir cidadãos para que o direito de acesso à informação seja regulamentado em todas as 27 Unidades Federativas do Brasil. De acordo com a CGU, o direito à informação está em vigor, desde 2012, para todo o País, tenha o Estado regulamentado ou não a lei. A Controladoria informou que a falta de regulamentação específica prejudica, mas não impede o cumprimento da lei. Por isso, a campanha também alerta para que todo cidadão acione o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, no caso de descumprimento da Lei de Acesso à Informação. Segundo levantamento do, nesta semana, pela revista Época, desde maio de 2012, quando a Lei de Acesso à Informação entrou em vigor, o governo federal, segundo a Controladoria Geral da União (CGU), recebeu 270 mil solicitações de informações. Os assuntos mais questionados pela população foram: Economia e Finanças (12,26%); Governo, Política e Administração Pública (11,34%); Pessoa, Família, Sociedade e Previdência Social (6,89%); Ciência, Informação e Comunicação (6,16%); e Educação (5,34%). Do total de pedidos, 95% foram feitos por pessoas físicas e 5% por pessoas jurídicas. De acordo com a CGU, as informações foram atendidas em até 14 dias, dentro do prazo legal estabelecido, que é de até 20 dias úteis. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE:http://new.d24am.com/noticias/politica/tres-anos-acesso-informacao-ainda-vingou-amazonas/134037
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