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Artigo

Modernidade Líquida Em Filmes
21/06/2019 Priscila Germosgeschi

12 Filmes sobre a Filosofia de Zygmunt Bauman e a Modernidade Líquida

 

 
Por Philippe Leão É importante, mesmo que já esteja implícito, que se diga: Os realizadores dos filmes não necessariamente leram o autor em questão, mas neles é possível perceber seus pensamentos. Polonês radicado na Inglaterra, Zygmunt Bauman ficou muito conhecido por sua metáfora do mundo pós-moderno e sua liquidez. O autor diz que vivemos em uma modernidade líquida, mas o que quer dizer isso? A água, ao mudar de recipiente, modifica sua forma, mas mantendo a ideia que a classifica como água. Assim é o mundo pós-moderno para Bauman, em constante mudança as coisas tornam-se líquidas, não tem mais uma forma definida. Pois bem, mas para a existência de um mundo líquido haveria um mundo sólido? O pensador vai buscar em Marx a ideia da solidez do mundo moderno. A solidez está ligada a uma rigidez nos conceitos, a ideia da velocidade do mundo pós-moderno não é vista da mesma forma aqui, fazendo com que as mudanças sejam menos perceptíveis. A transição do mundo moderno para o mundo líquido, então, vem do fracasso. As promessas modernas provindas de uma racionalidade exacerbada que se inicia no Renascimento e atinge seu ápice no século XIX com os incríveis avanços científicos e políticos provindos da Revolução Francesa e Industrial. Ao entrar no século XX, a ciência e essa ideia da Razão como o propósito da existência humana encontram seus dias de trevas. Apesar de iniciar o século XX com um otimismo incrível proporcionado pela Belle Époque, o voo alto da razão faz queimar suas asas, assim como ícaro, e implode duas grandes guerras que mataram mais de 60 milhões de pessoas no mundo. A ideia de que a razão e a ciência salvaria o mundo fracassa. A modernidade cria a guerra. Como dito, comum a nossa racionalidade jogara culpa por esses grandes eventos em uma irracionalidade, herança iluminista que não nos deixa culpar aquilo que, segundo eles, seria nossa essência. Contudo, é justamente essa razão levada a níveis extremos que proporcionou as duas grandes guerra: A bomba atômica, a linha de produção do holocausto, tudo fruto da razão. Aliás, Bauman diz que o Holocausto é o ápice da modernidade. O mundo pós-moderno nasce a partir do fracasso. Segundo Bauman as promessas utópicas teriam ruído: Socialismo utópico, Comunismo, Liberalismo. Todos eles historicamente haveriam fracassado em sua racionalidade, a modernidade líquida nasce do medo de um novo declínio. Contudo, na chamada Modernidade Líquida há ainda a herança maldita da racionalidade, mantendo sua essência e assumindo as mais diferentes formas. Assim como antes ainda não assumimos os problemas da racionalidade exacerbada e, a todo instante, tentamos desviar sua culpabilidade. Não seria a fome, por exemplo, fruto da racionalidade de um sistema vigente que se pauta na produção de riquezas? Assim, Bauman lança mais uma metáfora: A modernidade líquida faz com que os indivíduos estejam sempre correndo sobre um gelo fino. A ideia da velocidade é novamente posta em jogo. Corremos sobre o gelo fino sem saber o motivo pelo qual corremos (Mito de Sísifo), mas sabendo que se pararmos afundaremos, morreremos na existência pós-moderna. Em outras palavras, se não aderirmos à velocidade do mundo atual seremos engolidos por sua essência, deixados para trás. Corremos para onde? Se, segundo Sartre, somos condenados a liberdade, somos também, no mundo pós-moderno, ao desejo. Como definição o desejo é sempre por algo que não se tem. Com o advento da velocidade incessante tornamo-nos mais consumidores que cidadãos, segundo Bauman, a medida que desejamos o que não temos. Portanto, cada vez mais, nossas escolhas estão ligadas ao consumo, não ao que já nos pertence. Instiga-se o consumo a partir do desejo de maneira não reflexiva. Ao tornar tudo objeto, ao coisificar o mundo (Conceito Heideggeriano que também criticava a racionalidade dessa ação), torna-se objeto de desejo e, por consequência, tudo se torna descartável, supérfluo, a medida que ao possuirmos a coisa que desejamos não a desejamos mais. O desejo está fora de si e, ao possuir, desejamos outra coisa, alimentando a velocidade do mundo. Assim se constituem as relações no mundo fluido. A constituição de família, relações amorosas, e todas as coisas antes rígidas hoje são líquidas, pautada no desejo e no medo do fracasso, entregues a velocidade. Pense, por exemplo, na ideia do casamento. No mundo sólido era concebido como algo eterno, hoje é natural que acabe depois de alguns anos. A ideia de Família, portanto, mantém sua essência, mas mudou sua forma. Em tempos líquidos, nada é feito para durar! Vamos a uma lista de filmes! Em breve Amor Líquido! Mas antes, já viu nosso canal do Youtube?
Filmes sobre a Filosofia de Zygmunt Bauman e a Modernidade Líquida Metamorfoses da Paisagem Direção: Eric Rohmer País: França Ano: 1964 Nome Original: Les Métamorphoses du Paysage O filme levanta questões complexas sobre o significado de paisagens modernas e as enigmáticas características de funcionalidades, tais como canais, torres e fábricas desertas. Rohmer também explora o papel da paisagem dentro de diferentes áreas, como a arte moderna e design, referindo-se a arquitetos, engenheiros e artistas. Eles Vivem Direção: John Capenter País: EUA Ano: 1988 Nome Original: They Live John Nada (Roddy Piper) é um trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho numa fábrica. Durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão Nada encontra óculos escuros aparentemente comuns, porém ao usá-los consegue enxergar horrendas criaturas alienígenas disfarçadas de seres humanos, bem como as mensagens subliminares que elas transmitem através da mídia em geral. Nada percebe que os invasores já estão controlando o planeta e, juntamente com seu companheiro de trabalho Frank (Keith David), decide se engajar no movimento de resistência, que é perseguido como subversivo pela polícia. Blade Runner Direção: Ridley Scott País: EUA Ano: 1982 Nome Original: Blade Runner No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los. Toni Erdmann
 
Direção: Maren Ade País: Alemanha Ano: 2016 Nome Original: Toni Erdmann Winfried (Peter Simonischek) é um senhor que gosta de levar a vida com bom humor, fazendo brincadeiras que proporcionem o riso nas pessoas. Seu jeito extrovertido fez com que se afastasse de sua filha, Ines (Sandra Hüller), sempre sisuda e extremamente dedicada ao trabalho. Percebendo o afastameto, Winfried decide visitar a filha na cidade em que ela mora, Bucareste. A iniciativa não dá certo, resultando em vários enfrentamentos entre pai e filha, o que faz com que ele volte para casa. Tempos depois, Winfried ressurge na vida de Ines sob o alter-ego de Toni Erdmann, especialista em contar mentiras bem-intencionadas a todos que ela conhece. Quero ser John Malkovich Direção: Spike Jonze País: EUA Ano: 1999 Nome Original: Being John Malkovich Um homem (John Cusack) consegue um novo emprego no 7º e meio andar de um edifício comercial, onde todos os funcionários devem andar curvados. Lá encontra uma porta, escondida, que leva quem ultrapassá-la até a mente do ator John Malkovich, onde pode permanecer durante 15 minutos, até ser cuspido numa estrada na saída de Nova Jersey. Impressionado com a descoberta, resolve alugar a passagem para outras pessoas, dentre elas o próprio John Malkovich. Demônio de Neon Direção: Nicolas Winding Refn País: EUA Ano: 2016 Nome Original: The Neon Demon Jesse (Elle Fannng) é uma jovem de 18 anos que acaba de chegar a Los Angeles. Dona de uma beleza natural impressionante, ela tenta a sorte como modelo profissional. Após tirar algumas fotos mórbidas para um jovem fotógrafo, é contratada por uma conceituada agência de modelos. Bastante ingênua, ela passa a lidar com o ego sempre inflado das demais modelos e também com a maquiadora Ruby (Jena Malone), que possui intenções ocultas com a jovem. Depois de Lúcia Direção: Michel Franco País: México Ano: 2012 Nome Original: Despues de Lucía Desde a morte de sua esposa, Roberto não consegue dedicar muito tempo à sua filha Alejandra, uma jovem de 15 anos. Para escapar da depressão que passa a dominar a rotina dos dois, pai e filha deixam a cidade de Vallarda em busca de uma nova vida na Cidade do México. Envergonhada e incapaz de explicar para o pai as razões, Alejandra omitirá as humilhações e abusos emocionais e físicos sofridos em seu novo colégio. Os dois vão se distanciando cada vez mais, à medida que a violência toma conta de suas vidas. Muito Além do Jardim Direção: Hal Ashby País: EUA Ano: 1979 Nome Original: Being There Chance (Peter Sellers), um homem ingênuo, passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de identidade, resumindo: não existe oficialmente. Quando seu patrão morre, é obrigado a deixar a casa em que sempre viveu e, acidentalmente, é atropelado pelo automóvel de Benjamin Rand (Melvyn Douglas), um grande magnata que se torna seu amigo e chega a apresentá-lo ao Presidente (Jack Warden). Curiosamente, tudo dito por Chance ou até mesmo o seu silêncio é considerado genial. Beleza Americana Direção: Sam Mendes País: EUA Ano: 1999 Nome Original: American Beauty Lester e Carolyn Burnham são supostamente um casal comum, cujo casamento desagregado provoca uma tempestuosa mudança em sua aparentemente perfeita vizinhança. O Abutre Direção: Dan Gilroy País: EUA Ano: 2014 Nome Original: Nightcrawler Lou Bloom (Jake Gyllenhaal) é um jovem determinado e desesperado por trabalho que descobre o mundo em alta velocidade do jornalismo sensacionalista em Los Angeles. Ao encontrar equipes de filmagem freelances à caça de acidentes, incêndios, assassinatos e outras desgraças, Lou entra no reino perigoso e predatório dos nightcrawlings – as minhocas que só saem da terra à noite. O Silêncio de Lorna Direção: Irmãos Dardenne País: França Ano: 2008 Nome Original: Le Silence de Lorna Com a vontade de se tornar dona de uma lanchonete com seu namorado, Lorna (Arta Dobroshi), uma mulher jovem albanêsa que vive na Bélgica, torna-se cúmplice de um plano diabólico concebido por Fabio (Fabrizio Rongione), que planeja uma farsa em seu casamento com Claudy (Jérémie Renier). Ex-Machina Direção: Alex Garland País: EUA Ano: 2014 Nome Original: Ex-Machina Em um refúgio nas montanhas de um talentoso bilionário da internet, um jovem participa de uma estranha experiência: testar a inteligência artificial, inserida no corpo de uma bela garota robô. Mas a experiência se torna uma sinistra batalha psicológica: um triângulo amoroso, onde a lealdade está dividida entre homem e máquina. Fonte: http://cineplot.com.br/index.php/2017/03/09/12-filmes-sobre-a-filosofia-de-zygmunt-bauman-e-a-modernidade-liquida/
 

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