Aguarde, carregando...

X

Fale Conosco:

Aguarde, enviando contato!

Artigo

O Impacto Das Tendências Em Educação Na Gestão Da Diversidade
02/01/2021 Priscila Germosgeschi

O IMPACTO DAS TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO NA GESTÃO DA DIVERSIDADE 

Como analisar tendências e repensar o modelo educacional atual para potencializar seus treinamentos sobre diversidade

 

 

Quando pensamos em educação, é comum que algumas imagens venham a nossa mente: sala de aula com fileiras, professores como transmissores do conhecimento, atividades a cumprir, notas para atingir, entre outros. Mas nem sempre as coisas foram assim: na Grécia antiga, por exemplo, as crianças eram educadas, mas de modo informal, sem divisão em séries nem salas de aula

O formato de escola que conhecemos hoje teve sua origem na era da Revolução Industrial, ou seja, foi idealizado a intenção de aplicar o modelo das fábricas no ambiente escolar, em um contexto onde a demanda pela força de trabalho era 80% manual e 20% especializado. 

Tais sistemas educacionais replicavam o chamado mindset industrial, com matrizes lineares, burocráticas, repetitivas, padronizadas e segmentadas, que visavam atender às necessidades socioeconômicas daquela época.

Nos dias atuais, o contexto da 4a Revolução Industrial traz a tona a necessidade para pensar em modelos completamente diferentes, afinal, de acordo com um estudo popular de Scott McLeod e Karl Fisch (divulgado pelo Fórum Econômico Mundial), 65% das crianças que estão começando a escola hoje, depois de se formarem no ensino médio ou na faculdade, terão um emprego que ainda não existe.

Pense bem: diante de uma sociedade volátil, incerta, complexa e ambígua (o tal do mundo VUCAé possível manter métodos educacionais tradicionais na busca de conhecimento?

A resposta para esta pergunta é "não", de acordo com os maiores especialistas e estudiosos em educação. No entanto, porque será que a maior parte dos programas de diversidade ainda realizam exclusivamente treinamentos em formato presencial e tradicional, apesar das empresas já compreenderem a necessidade por reinvenção?

Abaixo vamos trazer alguns insights e tendências para ajudar as empresas a inovarem na sua estratégia educacional de diversidade.

Novas metodologias

A revolução digital, também conhecida como a revolução da informação e do conhecimento, trouxe transformações profundas em praticamente todas as áreas da atividade humana. Claro que no setor de educação não poderia ser diferente. 

De acordo com o estudo Deloitte Human Capital Trends,  que entrevistou mais de 10 mil líderes de negócios e de Recursos Humanos de 119 países, o item "aprendizagem" (learning) emergiu como a tendência número #1 no ano de 2019:

"As áreas de T&D que reconhecem o futuro das carreiras, abraçam as tecnologias exponenciais e se tornam curadores de conteúdo, ao contrário de apenas criar mais conteúdo, serão consideradas verdadeiras parceiras das áreas de negócio."

Não é por acaso que novas metodologias vêm ganhando força frente aos novos desafios educacionais nas organizações, tais como:

  • Flipped classroom (sala de aula invertida);
  • Gamification (gamificação);
  • Project/problem based learning (aprendizagem baseada na resolução de problemas e/ou projetos);
  • Blended learning (aprendizagem híbrida);
  • Self-service learning (aprendizagem autodirigida);
  • Adaptative learning (aprendizagem adaptativa);
  • Social learning (aprendizagem social).

Essas e outras teorias, quando aplicadas em iniciativas empresariais, podem potencializar a formação profissional das equipes e servem também como grandes aliadas para um ativo estratégico muito importante: a diversidade e inclusão. Ao buscar diferentes formas de ensinar e aprender, empresas se posicionam como instituições que prezam pela singularidade e riqueza de aprendizados.

Mas, afinal, quais são elementos e tendências que possibilitaram o surgimento destas metodologias e, olhando para o futuro, podem apoiar a criação e manutenção de políticas empresariais em prol da diversidade?

Os movimentos de educação contemporânea na gestão da diversidade

A Perestroika disponibilizou em 2016 o Experience Learning, um compilado de reflexões e conclusões sobre aprendizagem que deu origem a metodologia open source, que em vários aspectos também é aplicada pela startup educacional com foco em diversidade Blend Edu.

O material aponta 8 movimentos de educação contemporânea e, aqui, vamos citar alguns que podem potencializar a gestão da diversidade:


Tecnologia

Uma tela interativa; ambientes virtuais para a equipe e convidados interagirem; plataformas de ensino à distância; videoaulas. Diversas são as oportunidades que a tecnologia pode trazer não só para a sensibilização e treinamento dos colaboradores como também para tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo.

Parece óbvio, mas as tecnologias estão impactando tudo ao nosso redor. Ela permite trazermos a discussão sobre diversidade para ambientes digitais e colaborativo, inclusive possibilitando a análise de dados e aplicação de algoritmos que identificam a performance do aluno, analisam exercícios e sugerem conteúdos de acordo com preferências.


Descentralização

Para uma organização que entende a importância da diversidade e inclusão, essa premissa é essencial. A base desse pilar é o entendimento de que todas as pessoas de um grupo têm conhecimentos e contribuições que agregam aos processos coletivos de aprendizagem.

Nesse formato, o papel do professor / facilitador / convidado também muda e esta pessoa passa a atuar a partir de um viés de mentoria. É dela a responsabilidade de estabelecer fluxos de conversação de onde a inteligência coletiva possa emergir e isto irá fomentar a cultura de valorização de diferentes trajetórias, do pensar diferente e da capacidade de inovação por meio de times diversos.


Personalização

Respeitar a individualidade de cada um(a) é outro fator crucial na gestão da diversidade. Em se tratando de disseminação de conhecimento, cada conteúdo, matéria ou treinamento tem suas particularidades e cada um pode ser melhor conduzido através de experiências diferentes para abarcar todas as necessidades.

Ou seja, pessoas diferentes possuem necessidades diferentes e respondem a estímulos diferentes em seus processos de aprendizagem.

Dependendo do perfil da equipe (e suas questões subjetivas como disposição, abertura para o tema, personalidade, fase da vida, etc.), precisamos adaptar o conteúdo, a linguagem e a forma, possibilitando que a pessoa possa percorrer diferentes trilhas de aprendizagem para absorver as informações compartilhadas.


Aprender a aprender

Esse pilar tem base no Unschooling, ou desescolarização, uma iniciativa mais radical que está relacionada a pessoas que oficialmente saem dos ambientes formais de educação para buscar uma formação independente. Apesar das polêmicas, sua base está no meta-aprendizado, ou seja, mais importante do que aprender um conteúdo específico, é o aprender a aprender.

Como sabemos, sensibilizar e capacitar os times é uma estratégia fundamental para a gestão da diversidade. Por isso, ao possibilitarmos que a pessoa desenvolva um senso crítico e "aprenda a aprender", geramos um senso de independência e empoderamento. A pessoa sai da lógica de alguém que apenas absorve o conteúdo oferecido, mas também passa a buscar mais informações, a fazer análises críticas / releituras e a testar novas aplicações do conhecimento.

Dentro do ambiente de trabalho, é fundamental estimular essa cultura do "aprender a aprender", possibilitando que as pessoas se tornem embaixadores / porta-voz das mensagens que a organização deseja disseminar dentro do tema diversidade e inclusão.

Caminhos possíveis

Aplicar tais tendências e reinventar a estratégia educacional com um olhar digital nem sempre é uma tarefa fácil, mas é definitivamente necessário, especialmente no contexto de pandemia e isolamento social que estamos enfrentando em 2020.

A pesquisa "Benchmarking: estratégia de diversidade durante o Covid-19", realizada pela Blend Edu e respondida por quase 50 grandes organizações (Tim, P&G, Ambev, Ipiranga, EY, brMalls, Roche, Quinto Andar, etc.), apontou que:

Mais de 90%
dos respondentes concordam que "a pandemia de coronavírus impulsionou os esforços de transformação digital na empresa".

Mais de 85%
dos respondentes concordam que "após a quarentena, a empresa estará mais aberta às ações digitais".

Mais de 72%
concordam que a pandemia de coronavírus reforçou a importância de estruturar uma estratégia de educação digital para o programa de diversidade e inclusão.

Motivado pelo resultado da pesquisa (disponibilizado aqui em primeira mão e, em breve, disponível no site da Blend Edu), a startup decidiu antecipar o lançamento do Diversidade SA, a primeira rede empresarial do Brasil com foco em diversidade e inclusão. 

Este é produto que possui um ambiente virtual colaborativo, onde vários usuários (de diferentes empresas e indústrias) terão acesso à curadoria de conteúdo, Master Classes (transmitidas ao vivo), conteúdo on-demand, fóruns de discussão e notícias diárias sobre diversidade. O Diversidade SA está em desenvolvimento há alguns meses e já foi premiado pelo SDG Tech Awards, premiação dinamarquesa para tecnologias que impactam positivamente os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Apesar de não existir apenas um caminho possível, buscar e implementar novas tendências de educação será uma das principais alavancas para os programas de diversidade (e seu sucesso no futuro).

Arte e ilustração: Jordana Leite / Imagem: Fizkes

 

Fonte: https://gente.globo.com/o-impacto-das-tendencias-em-educacao-na-gestao-da-diversidade/

Tags



Posso Ajudar?

Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego.
Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Privacidade.

Sim, eu aceito.