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Oito Iniciativas De Acolhimento Lgbt Que Você Precisa Conhecer
OITO INICIATIVAS DE ACOLHIMENTO LGBT QUE VOCÊ PRECISA CONHECER
O isolamento social é um velho conhecido da população LGBTQIA+ por diversas questões estruturais. Conheça oito organizações de apoio e acolhimento LGBT
30 JUN 2020 | ALÉM DO GÊNERO
Conversamos com oito organizações sobre suas vivências e ações para a população LGBT
O isolamento social é um velho conhecido da população LGBTQIA+ por diversas questões estruturais. O preconceito e o apagamento desses corpos e narrativas durante séculos, fizeram com que essas pessoas vivessem à margem da sociedade e de ações efetivas de políticas públicas. É entendendo esse movimento, que organizações e instituições se uniram e formaram a REBRACA LGBTIQA+, Rede Brasileira de Casas de Acolhimento LGBTIQA+, como forma de movimentarem novas possibilidades de apoio para as iniciativas de acolhimento LGBT de todo o país.
Entendendo a importância e a necessidade de cada vez mais promovermos o debate sobre a pauta, e como forma de apoio, conversamos com oito organizações sobre suas vivências e ações para a população LGBT.
Vem com a gente:
A Casa 1 é um projeto de sociedade civil que tem como propósito a acolhida de jovens entre 18 e 25 anos que foram expulsos de casa.
A Casa Nem, no Rio de Janeiro, é onde transexuais, travestis e transgêneros encontram acolhimento, apoio e até uma nova família para chamar de sua.
A Casinha Acolhida é uma ONG carioca que iniciou suas operações há três anos com a proposta de oferecer apoio à população LGBTQIA+.
A CasAmor, localizada em Aracaju, é financiada pela sociedade civil com o intuito de funcionar como um centro de amparo a pessoas LGBTQIA+.
A Casa Rosa tem por missão atender o público LGBTQIA+ possibilitando a dignidade e garantia dos seus direitos, visando à reinserção social integral.
A Casa Chama surgiu da necessidade de um espaço seguro para que pessoas transvestigeneres se fortalecessem enquanto indivíduos potentes.
A All Out mobiliza pessoas online pra trazer mudanças positivas reais pra pessoas LGBTQIA+ ao redor do mundo.
O Instituto Transviver promove o empoderamento da população LGBTQIA+ e luta pelo respeito à diversidade humana.
Casa 1
Fundada em 2017, a Casa 1 é um projeto de sociedade civil que tem como propósito a acolhida de jovens entre 18 e 25 anos que foram expulsos de casa pela família por suas orientações afetivas sexuais e identidade de gênero. O trabalho corre em paralelo às atividades do Centro Cultural e da Clínica Social, todos os serviços ofertados gratuitamente.
A residência tem como foco a promoção de autonomia e organização dos jovens que, de uma hora para outra, se vêm sem um teto. Funcionando como casa de passagem, o tempo de estada é de quatro meses, onde são trabalhadas questões de saúde clínica, mental, educação e empregabilidade.
CasaNem
Símbolo de luta, resistência e poder, a CasaNem, no Rio de Janeiro, é o que podemos chamar de lar. É aqui onde transexuais, travestis e transgêneros encontram acolhimento, apoio e até uma nova família para chamar de sua. É importante ressaltar o quanto lugares como esta casa, administrada somente por ativistas trans, ajudam a resgatar a autoestima de quem é alvo constante de preconceito e rejeição, principalmente transvestigêneres, na maioria das vezes expulsos de casa assim que revelam sua identidade de gênero.
A CasaNem é onde direitos mínimos conseguem ser garantidos e onde muita gente encontra motivos para seguir em frente com um sorriso estampado no rosto. É onde a liberdade de ser o que bem entende é respeitada, admirada e aplaudida de pé.
Casinha
A Casinha Acolhida é uma ONG carioca que iniciou suas operações há três anos com a proposta de oferecer apoio à população LGBTQIA+, em particular os expostos às situações extremas de vulnerabilidade e violações de direitos - oferecendo atendimento emergencial-pontual ou contínuo por profissionais voluntários, além de encaminhamento para uma ampla gama de profissionais da rede socioassistencial (CRAS, CREAS, CAPS) e outras organizações parceiras.
Até o momento, a Casinha já prestou atendimento e orientação para mais de uma centena de jovens, além de programas e ações específicas nas vertentes de: educação (cursos em parceria com instituições públicas e privadas, como a UFRJ e outras ONGs), empregabilidade, cultura e saúde. Além disso, seus fundadores e sua trajetória são frequentemente lembrados em inúmeros convites para participação de seminários, eventos acadêmicos, discussões de projetos e ações sociais - reforçando o papel central da Casinha no ecossistema de Casas de Acolhida brasileiro e, em especial, como ONG de destaque à defesa da população LGBTQIA+ na cidade e estado do Rio de Janeiro. Durante a pandemia, estão focando em distribuição de cestas básicas. Em maio e junho já conseguiram beneficiar mais de 100 famílias.
CasAmor
A CasAmor é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2018, localizada em Aracaju, Sergipe, e financiada pela sociedade civil com o intuito de funcionar como um centro de amparo a pessoas LGBTQIA+ que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Durante a pandemia, a CasAmor está distribuindo cestas básicas, material de higiene pessoal e limpeza, além de máscaras e álcool em gel. São mais de 150 pessoas beneficiadas. As atividades de atendimento psicológico e assessoria jurídica seguem de forma online.
Casa Rosa
A Criada em 2017, a Casa Rosa, tem por missão atender o público LGBTQIA+ possibilitando a dignidade e garantia dos seus direitos humanos, visando à reinserção social integral por meio do atendimento psicológico, abrigo temporário e oferta de atividades de integração profissional.
O espaço de acolhimento para público LGBTQIA+ fica em Sobradinho – DF. Também são realizadas oficinas culturais e profissionalizantes, além de acompanhamento de saúde e educacional aos atendidos. E neste ano o projeto foi selecionado junto com mais 09 associações, para campanha da Pepsico, através marca Doritos, em apoio a diversidade LGBTI e a ONGs sem fins lucrativos.
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Casa Chama
A ideia da Casa Chama surgiu, coletivamente, durante as eleições presidenciais de 2018, a partir do convívio político entre pessoas LGBTQIA+, em que se percebeu a necessidade de um espaço seguro para que pessoas transvestigeneres se fortalecessem enquanto indivíduos potentes e importantes. Além disso, a iniciativa entende a importância do protagonismo das CorpAs Travestigeneres em ações que fortaleçam a causa trans, tendo pessoas cis como aliadas na luta. Já em 2019, muito esforço, trabalho de campo e pesquisa foram destinados para a implementação dessa organização civil.
Inicialmente em uma casa alugada no bairro de Perdizes, a organização sediou diversas reuniões em que pessoas alinharam demandas e se voluntariaram para efetivá-las. Muito tempo foi investido na construção de redes para que, enfim, o trabalho ganhasse corpo e resultasse no desenvolvimento de atividades destinadas ao acolhimento e ao encaminhamento das demandas de pessoas trans. Essas atividades não ficaram restritas à moradia e assessoria jurídica, mas desdobraram-se em ações no âmbito da cultura, saúde, empreendedorismo e educação financeira.
All Out
A All Out é uma organização global de defesa dos direitos LGBTQIA+. A organização mobiliza pessoas online pra trazer mudanças positivas reais pra pessoas LGBTQIA+ ao redor do mundo.
Quando surge uma crise ou oportunidade, como uma lei homofóbica prestes a ser votada ou uma Parada do Orgulho sendo atacada pela polícia, a All Out trabalha com organizações parceiras do mundo inteiro pra pensar em formas de responder: seja com um abaixo-assinado, com uma campanha de financiamento coletivo, com um protesto de rua.
As ações da All Out durante a pandemia se dividiram em dois eixos: visibilizar como o isolamento tem impactado a vida de pessoas LGBTQIA+ pelo mundo e arrecadar recursos para ações de emergência de apoio a pessoas LGBTQIA+ vulneráveis, como compra de alimentos e materiais de higiene e prevenção.
Instituto Transviver
O Instituto Transviver é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que promove o empoderamento da população LGBTQIA+ e luta pelo respeito à diversidade humana.
Considerado como grupo terapêutico, a organização é um espaço aberto que visa potencializar diálogos e troca de experiências relacionais e promovendo uma melhoria na adaptação ao modo de vida individual e coletivo. Facilitar discussões e reflexões nas questões trazidas pelos componentes do grupo, assim como a capacidade de lidar com situações inquietantes, na construção de confiança nas relações sociais e ainda, podendo proporcionar alivio emocional. Deste modo, a utilização dos grupos terapêuticos junto ao público transgênero, tem como objetivo promover diálogos, discussões e reflexões, sobre questões pertinentes a este universo, como as vulnerabilidades vivenciadas por estas pessoas, além de favorecer o fortalecimento emocional.
Criado pela ativista Regina Guimarães e pelo seu filho Juan Guiã, artista que transita pela música, dança, teatro e performance no cenário nacional e milita na área de direitos humanos. Eles atuam há mais de cinco anos o público LGBTQIA+.
Texto: Caio Araújo / Imagem: iStock by Getty Images
Fonte: https://gente.globo.com/oito-iniciativas-de-acolhimento-lgbt-que-voce-precisa-conhecer/