Artigo
RAYMUNDO FAORO- “OS DONOS DO PODER- FORMAÇÃO DO PATRONATO POLÍTICO BRASILEIRO”
O conceito de patrimonialismo é o mesmo para Raymondo Faoro, Max Weber Paulo Niccoli Ramirez explica a obra "Os Donos do Pober" de Faoro e revisita diferentes décadas, especialmente no Brasil, para explicar o que é patrimonialismo.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=idKTIQh3lR8
Em sua obra mais famosa, Raymundo Faoro expõe seu pensamento político a partir da análise da história portuguesa e da estruturação da monarquia no Brasil, traçando as raízes do patrimonialismo brasileiro e a formação do estamento burocrático. A trágica apropriação dos aparatos políticos e administrativos, bem como a utilização do poder público em benefício próprio evidenciam a necessidade de limites entre o poder público e o poder privado.
Fonte: https://revistas.pucsp.br/DDEM/article/view/57713
Nas páginas finais de "Os Donos do Poder", Raymundo Faoro traçou um retrato severo, sem retoques do regime político brasileiro, do Estado, dos eleitores e da elite política.
"O poder - a soberania nominalmente popular - tem donos que não emanam da nação, da sociedade, da plebe ignara e pobre. O chefe não é um delegado, mas um gestor de negócios, gestor de negócios e não mandatário. (...). E o povo, (...) que quer ele? Este oscila entre o parasitismo, a mobilização das passeatas (...). A lei, retórica e elegante, não o interessa. A eleição, mesmo formalmente livre, lhe reserva a escolha entre opções que ele não formulou."
Este retrato permanece atual, demonstrando que uma das principais teses do livro: "a persistência secular da estrutura patrimonial" do Estado brasileiro mantém-se, em sua essência, inalterado. Se isso é suficiente para evidenciar o caráter clássico de "Os Donos do Poder", por outro lado convém assinalar que o livro teve um percurso estranho, pensando em termos de um clássico brasileiro que transita pela história, política e sociologia.