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Artigo

Viciados Em Tecnologia
21/06/2019 Não informado

 

'Viciados' em tecnologia usam app, game e celular como se fosse droga

Para especialistas, dependência dá o mesmo prazer que álcool e drogas. Vício em tecnologia é 'primo' de transtornos como cleptomania e piromania.

Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo

O arquiteto B.R., de 29 anos, começou a tratar a dependência em tecnologia em 2014. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
O arquiteto B.R., 29 anos, trata dependência em tecnologia desde 2014 (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
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Um estudo da Flurry, consultoria do Yahoo, apontou que há 280 milhões de “viciados” em aplicativos para celular no mundo, mas não tem base médica. No entanto, muitos brasileiros, 10% do total de internautas segundo especialistas do Hospital das Clínicas (SP), já foram diagnosticados com um vício real: é a dependência de tecnologia, que faz suas vítimas passarem até 12 horas conectadas e, quando estão off-line, tremerem, suarem, terem taquicardia e, em casos extremos, chegarem até a tentar suicídio. O G1conversou com alguns deles e especialistas na área. “Eu fui tendo vários ataques de pânico em diversos momentos: dormindo, dirigindo, pilotando moto e até mergulhando, cara”, diz o despachante M.A*, de 42 anos, que passou dez anos se tratando esporadicamente com ansiolíticos (drogas para avaliar a tensão) até descobrir, em dezembro do ano passado, que um dos gatilhos para os ataques era a ansiedade por não estar conectado. “Eu vi que um dos grandes vetores da minha ansiedade era a tecnologia.”
Confundem dependência com tempo de conexão. Não é o tempo que passa conectado, mas a perda de controle sobre tecnologia que define um dependente”
Eduardo Guedes, pesquisador e diretor do Instituto Delete, da UFRJ
Ele teve contato com a tecnologia aos 16 anos, na década de 80. A partir daí, novidades já aposentadas, como o Orkut, e outras em atividade, como o Instagram, entravam em sua vida assim que lançadas e logo se tornavam um vício. “As pessoas confundem dependência com tempo de conexão. Não é o tempo que você passa conectado, mas o nível de perda de controle sobre a tecnologia que define um dependente”, explica Eduardo Guedes, pesquisador e diretor do Instituto Delete, organização que trata dependentes em tecnologia e é da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No estudo da Flurry, por exemplo, "viciado" é aquele que abre um aplicativo mais de 60 vezes por dia.
FRASE-VICIADOS EM TECNOLOGIA (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
“Eu ficava depois do expediente para usar a internet. Já fiquei preso no escritório por causa disso”, disse. Apaixonado por fotos, M.A. possui uma conta no Instagram com mais de 2,5 mil ções, média de mais de três imagens por dia. A fissura era tanta que quando viajava para seu sítio, passava até três horas editando fotos. Como o lugar está fora da área de cobertura da rede de celular, M.A. abandonava a esposa e caminhava até o alto de um morro para conseguir conexão e r as imagens. “A pessoa não percebe que a necessidade de estar conectado é cada vez maior e, para obter o mesmo prazer, ela tem que usar cada vez mais. É como se fosse uma droga”, explica a psicóloga Sylvia von Enck, do núcleo de dependência tecnológica do Hospital das Clínicas. “Na medida em que a pessoa não consegue controlar esses impulsos na busca do prazer, ela vai aumentando esses estímulos.” Por isso, explica, a dependência tecnológica é considerada um dos transtornos do controle dos impulsos, assim como a cleptomania (furtar compulsivamente), piromania (prazer em atear fogo) e tricotilomania (arrancar os cabelos). Falta de controle com apps e games Para M.A., a falta de controle também se estendia a apps e games. Tanto que ele já baixou mais de 340 programas para celular e as batalhas de “Call of Duty: Black Ops II” durante a madrugada eram o terror das noites da esposa. “Eu dizia a ela: ‘Você prefere que eu fique bebendo no bar?’” Se trocasse o joystick pelo copo, daria no mesmo. O alcoolismo, assim como o vício em outras drogas, e a dependência tecnológica produzem efeitos semelhantes de satisfação no cérebro, explica Guedes.
FRASE-VICIADOS EM TECNOLOGIA (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
“No caso de uma substância química, existem elementos que interferem no funcionamento neurológico. Mas, no caso da internet, a pessoa libera hormônios que geram prazer e, com isso, fica de alguma forma aliviada quando passa muito tempo conectada, jogando ou em alguma atividade que a retire de um momento de desprazer, angústia e depressão”, diz van Enck. Sem internet = abstinência A psicóloga diz que a privação da internet funciona como uma abstinência forçada e pode gerar violência. “Nós já atendemos alguns casos de pais que foram buscar ajuda porque o ponto máximo que o filho, de 15 anos, chegou, depois de ter jogado objetos pela janela do apartamento, foi ameaçar se jogar. Em outro caso, um garoto de 17 anos pegou uma faca e tentou machucar a mãe.” Sem ter protagonizado casos de violência, M.A. conviveu com o vício sem saber durante dez anos e só passou a se tratar no Instituto Delete após ser aconselhado por um amigo. Já o arquiteto B.R., de 29 anos procurou “o centro sem ter ideia do que estava acontecendo” em 2014, logo após ter uma crise de ansiedade enquanto assistia TV com a família. Lidando com o transtorno Sem desgrudar do celular ou do PC, ele estava sempre à espera de informações sobre trabalho e alerta ao menor sinal de notificações de aplicativos. “Se o smartphone vibrava, eu já estava olhando.” Depois de passarem pelo instituto, tanto M.A. quanto B.R. dizem conseguir lidar com o transtorno. O arquiteto brinca dizendo que virou “copsicólogo” dos amigos e já até indicou o tratamento a dois conhecidos. A psicóloga do HC diz, no entanto, que os pacientes nessa condição sempre terão de ficar alertas. “É uma ‘alta’”, afirma, dita assim mesmo entre aspas, pois “às vezes, acontecem situações em que a pessoa acaba reincidindo, volta a apresentar os comportamentos compulsivos.” *Os nomes dos dependentes em tecnologia foram suprimidospela reportagem a pedido deles para preservar a privacidade dos entrevistados Use a tecnologia com moderação, alerta médica Para a médica Ana Escobar, consultora do programa Bem Estar, devemos ficar alerta quando a pessoa deixa de ter um convívio social e quer ficar apenas conectada. “As pessoas ficam dentro delas mesmas, sem amigos, sem compartilhar momentos. Isso pode ser um problema”. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE: : http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/07/viciados-em-tecnologia-usam-app-game-e-celular-como-se-fosse-droga.html
 

No Brasil, 95% dos jovens internautas se consideram viciados em tecnologia

por ALESSANDRO IGLESIAS Para o TechTudo
 
Facebook pode estar prejudicando meninas mais jovens (Foto: Divulgação) (Foto: Facebook pode estar prejudicando meninas mais jovens (Foto: Divulgação))
Jovens brasileiros usam diversas redes sociais (Foto: Divulgação/Alamy)
Conforme informou o estudo, há um certo padrão no comportamento destes participantes: 95% declarou possuir conta no Facebook, enquanto o Twitter obteve percentual de 72%. Indo além dos limites das redes sociais, a comunicação via Skype é travada por 74% dos avaliados. Outra ferramenta de bastante presente na rotina dos entrevistados é o aplicativo WhatsApp, que obteve percentual de 63%. O mesmo valor é atribuído à utilização e visitação de blogs, indicando que esta modalidade de página online ainda é bastante presente no cotidiano dos jovens. O Instagram é o favorito daqueles que gostam de r e apreciar fotos: 59% dos entrevistados afirmaram utilizar o aplicativo. Já os jogos online são usados como uma alternativa de diversão para 56% dos entrevistados. Para os já atuantes no mercado de trabalho, o uso do sistema de identidade profissional Linkedin é usado por 48%. Os benefícios de todas essas tecnologias resultou ainda em mudanças notadas mais facilmente em ambientes offline, como a preferência de 70% por executar ações financeiras por meio de Internet Banking em vez de em agências físicas. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE - FONTE: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/08/no-brasil-95-dos-jovens-internautas-se-consideram-viciados-em-tecnologia.html  

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