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Como Combater As Fake News Em Sala De Aula?
21/06/2019 18h28
Como Combater As Fake News Em Sala De Aula?

Estudante precisa fazer as perguntas certas para encontrar respostas corretas

 
  Meio de desenvolver esse tipo de competência nos alunos durante a educação básica é através de exercícios de análise de informações. |

Meio de desenvolver esse tipo de competência nos alunos durante a educação básica é através de exercícios de análise de informações.

 
 
As notícias falsas, ou fake news, não são um conceito novo. Mas, com o aumento da disseminação de informações nas redes sociais, especialistas discutem a importância da escola desenvolver habilidades de leitura e análise para que o aluno consiga distingui-las. 
 
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford confirmou a relevância do tema. A pesquisa mostrou que estudantes têm dificuldade para atestar a credibilidade de informações na internet. As dificuldades observadas foram, por exemplo, falta de habilidade para diferenciar um anúncio de uma notícia e identificar a fonte de uma informação.  “Muitas pessoas pressupõem que os jovens, por serem fluentes em mídias sociais, são igualmente perceptivos em relação ao que eles encontram lá. Mas o nosso trabalho mostra o contrário”, argumenta Sam Wineburg, autor do relatório. Educação digital  Para os pesquisadores, a solução para isso é o letramento digital, ou seja, o desenvolvimento da capacidade de compreender e avaliar os conteúdos online. Algumas habilidades apontadas são a capacidade de procurar outras fontes para checar uma informação, não pressupor neutralidade dos veículos de comunicação e não considerar a ordem de resultados dos mecanismos de busca como uma prova de credibilidade.  “Um estudante digitalmente letrado tem o conhecimento e a habilidade de atravessar resultados diversos para encontrar informações confiáveis e precisas”, aponta Wineburg.  A capacidade de analisar, processar e consumir informações é destacada não só por especialistas, mas também pelo público comum; pesquisa realizada pelo Pew Research Center, constatou que 61% dos norte-americanos acreditam que a sua capacidade de tomar decisões melhoraria se eles tivessem algum tipo instrução sobre como encontrar informações confiáveis online.  “O melhor antídoto para esse fenômeno é oferecer ao indivíduo uma educação voltada para a formação do espírito crítico e a capacidade de pensar e fazer perguntas o tempo todo”, afirma Acedriana Vicente Sandi, diretora Pedagógica da Editora Positivo. “Escola e professor precisam ajudar o estudante a organizar e analisar esse conteúdo, tirando suas próprias conclusões. Com autonomia para pensar por si mesmo, o indivíduo será capaz de fazer as perguntas certas para chegar às respostas corretas”, completa.   Detectando mentiras  Essa ideia é quase tão antiga quanto as formas de comunicação online. Na década de 1990, o escritor e professor Howard Rheingold cunhou a expressão “detector de porcaria” para se referir às habilidades de letramento necessárias para consumir qualquer tipo de mídia. 
 
“A menos que a grande maioria das pessoas aprenda o básico de detecção de porcarias online e comece a aplicar suas faculdades crítica em massa rapidamente, temo pelo futuro da internet como uma fonte de notícias confiáveis, aconselhamento médico, informações financeiras, recursos educacionais e pesquisa científica e acadêmica”, disse Rheingold.  Desenvolvendo competências  Um meio de desenvolver esse tipo de competência nos alunos durante a educação básica é através de exercícios de análise de informações. O Project Look Sharp, iniciativa do Ithaca College, nos Estados Unidos, aponta algumas questões que podem ser empregadas ao analisar informações com os alunos: Quem criou o conteúdo? Qual o público alvo? Quem financiou? O que foi deixado de fora da mensagem? Essa fonte é confiável?  “O papel da escola passou a ser o da mediação das mais diversas fontes de informação. Na medida em que fake news chegam às salas de aula – quase sempre por meio das pesquisas dos alunos – cabe ao professor acolher o conteúdo e destrinchá-lo”, diz Acedriana. “Um dos caminhos é verificar a autoria de um texto, observando se quem assina é mesmo o autor ou apenas quem está compartilhando a informação. Erros gramaticais, ortográficos, simplificações de conteúdo e até mesmo um tratamento visual pouco adequado devem acender o sinal de alerta. Digitar o texto, ou parte dele, no Google e observar os resultados pode, por exemplo, indicar se o texto é original ou se está sendo copiado”, orienta.  A importância de desenvolver essas habilidades nos estudantes é destacada pelo diretor de educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Andreas Schleicher. Em entrevista à BBC, ele afirmou que as escolas precisam preparar os alunos com as habilidades necessárias para navegar no mundo digital, que apresenta informações pouco confiáveis nas redes sociais e notícias falsas.  “Expor notícias falsas, ter consciência de que existe algo como notícias falsas, que tem algo que não é necessariamente verdadeiro, que é necessário questionar, pensar criticamente – essa é uma tarefa muito importante.”  Schleicher afirma ainda a necessidade de os adolescentes olharem para as redes sociais como algo mais do que uma “câmara de eco”, onde eles apenas escutam a repetição de ideias similares às suas. “Essa avaliação trata diz respeito à capacidade dos jovens de enxergarem o mundo através de diferentes perspectivas, prezar por ideias diferentes, manterem-se abertos a diferentes culturas.”  Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/como-combater-as-fake-news-em-sala-de-aula-7x6crli6ktikdvr9gz3edcgd9
 

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